Quando a mulher
adormeceu
naquela noite de
Natal,
o homem foi, pé
ante pé,
pôr um sapato
(dela, não seu)
com um embrulho de
jornal
na lareirinha da
chaminé.
Um casal pobre...
um ano mau...
Era um pedaço de
bacalhau.
Ora alta noite,
pela janela,
com fome e frio,
entrou um gato
que, no escuro,
cheirando aquela
comida boa no
sapato,
rasgou o embrulho,
comeu, comeu
e, quente e farto,
adormeceu.
De manhã cedo, ela
acordou,
foi à cozinha e viu
o gatinho
adormecido no seu
sapato.
Voltando ao quarto,
feliz, falou
para o seu homem:
-- Meu amorzinho,
como soubeste que
eu queria um gato?
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