Um novo ataque de
homens armados, supostamente da Renamo, fez três feridos graves, incluindo um
militar, na região de Machanga, Sofala, centro de Moçambique, disseram hoje à
Lusa várias fontes.
O ataque de
segunda-feira visou um carro militar que escoltava a coluna de viaturas na
estrada nacional um (N1), a principal do pais, no troço Muxúnguè-Save, o mais
atingido pela tensão político-militar na região.
Um autocarro de
passageiros da LTM (Linhas Terrestre de Moçambique) e outro de carga, que
seguiam na primeira coluna militar, ativado pelo Governo em abril para proteger
pessoas e bens, também foram "fortemente metralhados", tendo sido
feridos dois ocupantes.
"Seguíamos
tensos pela natureza da via, quando ouvimos tiros e a coluna ficou imobilizada.
O motorista e um passageiro do autocarro em que eu seguia estavam a sangrar e
os vidros laterais partidos. Um militar estava a ser socorrido", disse à
Lusa Cláudia Ribeiro, uma passageira.
"Foi um
verdadeiro massacre. Meia hora depois dos disparos haviam corpos no chão e a
coluna havia sido cortada, porque maior parte das viaturas manobraram e
regressaram em fuga para Muxúnguè", disse à Lusa por telefone um residente
local.
O exército anunciou
na semana passada a morte de 10 civis e mais de 30 feridos, além de dezenas de
viaturas incendiadas, em seis semanas de "ofensivas" de homens
armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da
oposição, no centro do país.
"Quando a
coluna é atacada, geralmente não regressa, continua com a viagem. Se por acaso
houve feridos podem ter sido evacuados para o hospital de Save ou Vilankulos
(Inhambane, sul)", disse à Lusa Pedro Vidamão, diretor do Hospital Rural
de Muxúnguè, que mais recebe vitimas dos ataques, assegurando estarem em
"prontidão".
Moçambique vive o
pior momento de tensão político-militar após a assinatura do acordo de paz, em
1992, que pôs fim à guerra civil dos 16 anos, entre o Governo e a Renamo.
AYAC // VM – Lusa -
foto António Silva
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