Nuno Cerqueira,
Alexandra Inácio, Catarina Cruz, Inês Schreck, Teixeira Correia* - Jornal de
Notícias
(Em atualização)
São várias as escolas que mantêm "piquetes" de professores, e alguns
estudantes universitários, à porta dos estabelecimentos de ensino onde se
realizam as Provas de Aptidão de Competências e Conhecimentos. Um protesto que
o JN presenciou em várias cidades do país.
Na terça-feira, o
tribunal administrativo e fiscal do Funchal, diferiu uma providência cautelar
interposta pela federação. O ministério, depois de garantir que não tinha sido
citado pelo tribunal, esclareceu, já esta manhã, que afinal apresentou uma
resolução fundamentada antes do inicio da realização da Prova de Avaliação de
Conhecimentos e Capacidades, pelo que ficaram suspensos os efeitos suspensivos
associados à receção da citação, processo habitual que se verificou em relação
a outras providências cautelares", refere uma informação do Ministério da
Educação e Ciência (MEC).
A informação do MEC
chegou depois de ter começado a prova de avaliação dos professores, que estava
agendada para as 10:30.
À medida que os
docentes entravam na Escola Básica Marquesa da Alorna, em Lisboa, para fazerem
a prova, os dirigentes davam conta de escolas onde não se vai realizar o exame,
como a Básica Infante D. Henrique, em Viseu, a EB 2,3 de Vouzela e o
Agrupamento de Escolas das Piscinas dos Olivais, em Lisboa.
Na escola Afonso
III, em Faro, só havia dois vigilantes para a prova e direção decidiu
reencaminhar os professores para o ginásio, que estava preparado para a festa
de natal. pediu aos alunos dos cursos de educação e formação para arrumarem a
sala, mas estes colocaram as mesas ao contrário e a prova nao se está a
realizar.
Em Celorico da
Beira, a inspeção geral da educação terá sido chamada por todos os professores
do quadro estarem a fazer greve e não haver vigilantes para a prova.
Alberto Sampaio,
André Soares, Sá de Miranda e Dona Maria II são as secundárias em Braga que têm
visíveis faixas de protesto e palavras de ordem como "Não à Prova" ou
"Humilhação".
Na escola
secundária do Restelo a prova também não se vai realizar, assim como na D. José
I, em Lisboa.
No Porto, o exame
decorreu sem problemas na Escola Secundária Aurélia de Sousa, com professores
em número suficiente para fazera vigilância da prova. Na Filipa de Vilhena, os
professores foram divididos em dois grupos, um que realizou o exame no
auditório, o outro no refeitório.
A PSP já marcou
presença em algumas escolas. "Mais com o intuito de prevenção. Estão a
fazer o seu trabalho", diz Francisco Rodrigues, que em Braga coordena o
movimento "Boicote e Cerco Prova" dos professores.
Em Coimbra, os
professores montaram um acampamento à frente da Escola Infanta Dona Maria, em
Coimbra, às 19 horas de terça-feira, e prometeram um cordão humano pela manhã,
para tentar boicotar a prova de avaliação.
Em Beja, na Escola
Secundária D. Manuel I, foram incendiados exames e as chamas fizeram disparar
os alarmes do ginásio onde iriam decorrer. Foram convocados 192 professores
para realizar os exames e 180 docentes para vigiar as provas, mas apenas 11 se
disponibilizaram para o fazer. A tensão entre os que querem fazer a prova e os
que não deixam os colegas fazê-lo obrigou à chamada da polícia.
Em Almada, a
polícia entrou na escola Secundária Emídio Navarro.
No total, mais de
13 mil professores, com menos de cinco anos de experiência letiva, deverão
fazer, esta quarta-feira, uma contestada prova de avaliação de conhecimentos,
no mesmo dia em que os sindicatos da Fenprof marcaram uma greve que, espera a
organização, terá uma adesão total.
"A não
realização da prova pelos professores sem vínculo, em função da realização da
greve, é a única possibilidade de não se penalizar nenhum professor",
explica o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.
Foto Delfim Machado
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