quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Portugal: Tensão entre professores que querem fazer prova e os que protestam

 


Nuno Cerqueira, Alexandra Inácio, Catarina Cruz, Inês Schreck, Teixeira Correia* - Jornal de Notícias
 
(Em atualização) São várias as escolas que mantêm "piquetes" de professores, e alguns estudantes universitários, à porta dos estabelecimentos de ensino onde se realizam as Provas de Aptidão de Competências e Conhecimentos. Um protesto que o JN presenciou em várias cidades do país.
 
Na terça-feira, o tribunal administrativo e fiscal do Funchal, diferiu uma providência cautelar interposta pela federação. O ministério, depois de garantir que não tinha sido citado pelo tribunal, esclareceu, já esta manhã, que afinal apresentou uma resolução fundamentada antes do inicio da realização da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades, pelo que ficaram suspensos os efeitos suspensivos associados à receção da citação, processo habitual que se verificou em relação a outras providências cautelares", refere uma informação do Ministério da Educação e Ciência (MEC).
 
A informação do MEC chegou depois de ter começado a prova de avaliação dos professores, que estava agendada para as 10:30.
 
À medida que os docentes entravam na Escola Básica Marquesa da Alorna, em Lisboa, para fazerem a prova, os dirigentes davam conta de escolas onde não se vai realizar o exame, como a Básica Infante D. Henrique, em Viseu, a EB 2,3 de Vouzela e o Agrupamento de Escolas das Piscinas dos Olivais, em Lisboa.
 
Na escola Afonso III, em Faro, só havia dois vigilantes para a prova e direção decidiu reencaminhar os professores para o ginásio, que estava preparado para a festa de natal. pediu aos alunos dos cursos de educação e formação para arrumarem a sala, mas estes colocaram as mesas ao contrário e a prova nao se está a realizar.
 
Em Celorico da Beira, a inspeção geral da educação terá sido chamada por todos os professores do quadro estarem a fazer greve e não haver vigilantes para a prova.
 
Alberto Sampaio, André Soares, Sá de Miranda e Dona Maria II são as secundárias em Braga que têm visíveis faixas de protesto e palavras de ordem como "Não à Prova" ou "Humilhação".
 
Na escola secundária do Restelo a prova também não se vai realizar, assim como na D. José I, em Lisboa.
 
No Porto, o exame decorreu sem problemas na Escola Secundária Aurélia de Sousa, com professores em número suficiente para fazera vigilância da prova. Na Filipa de Vilhena, os professores foram divididos em dois grupos, um que realizou o exame no auditório, o outro no refeitório.
 
A PSP já marcou presença em algumas escolas. "Mais com o intuito de prevenção. Estão a fazer o seu trabalho", diz Francisco Rodrigues, que em Braga coordena o movimento "Boicote e Cerco Prova" dos professores.
 
Em Coimbra, os professores montaram um acampamento à frente da Escola Infanta Dona Maria, em Coimbra, às 19 horas de terça-feira, e prometeram um cordão humano pela manhã, para tentar boicotar a prova de avaliação.
 
Em Beja, na Escola Secundária D. Manuel I, foram incendiados exames e as chamas fizeram disparar os alarmes do ginásio onde iriam decorrer. Foram convocados 192 professores para realizar os exames e 180 docentes para vigiar as provas, mas apenas 11 se disponibilizaram para o fazer. A tensão entre os que querem fazer a prova e os que não deixam os colegas fazê-lo obrigou à chamada da polícia.
 
Em Almada, a polícia entrou na escola Secundária Emídio Navarro.
 
No total, mais de 13 mil professores, com menos de cinco anos de experiência letiva, deverão fazer, esta quarta-feira, uma contestada prova de avaliação de conhecimentos, no mesmo dia em que os sindicatos da Fenprof marcaram uma greve que, espera a organização, terá uma adesão total.
 
"A não realização da prova pelos professores sem vínculo, em função da realização da greve, é a única possibilidade de não se penalizar nenhum professor", explica o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.
 
Foto Delfim Machado
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana