sexta-feira, 25 de outubro de 2013

HOMENS BOMBAS, VERSÃO OCIDENTAL

 


Que estranhos condicionamentos culturais levam ao horror diante dos atentados suicidas, e à indiferença às mortes impostas por controle remoto?
 
Grégoire Chamayou, do Le Monde Diplomatique, edição francesa - Tradução: Antonio Martins – em Outras Palavras
 
“Para mim, o robô é nossa resposta ao atentado suicida” Bart Everett1

Dois relatórios muito tardios – um da Anistia Internacional, outro da Human Rights Watch – focaram, esta semana, uma das marcas da degradação política de nossos tempos: os drones, aviões sem pilotos usados pelo governo dos EUA para assassinar supostos terroristas. Os documentos revelaram algo alarmante.

Até mesmo a alegação capenga, segundo a qual os mortos são criminosos (como se isso tornasse aceitável executá-los…), é falsa. Já se sabia que parte das vítimas é assassinada por adotar “atitude suspeita”; e que os EUA efetuam, às vezes, um segundo disparo – voltado contra a população local, quando ousa socorrer eventuais sobreviventes ou participa do funeral dos mortos. Mas isso não é tudo.
 
O relatório da Anistia narra, com riqueza de detalhes, episódios grotescos e até o momento inexplicáveis, sabendo-se da altíssima precisão das câmeras e do equipamento de disparo dos drones. Em 2012, na zona fronteiriça entre Paquistão e Afeganistão, dois mísseis disparados em sequência mataram Mamana Bibi, esposa de um diretor de escola aposentado, e feriram seis de seus netos. Na localidade de Zowi Sidgi, situada na mesma região, dezoito homens e adolescentes (alguns com 14 anos) sucumbiram a um único disparo, enquanto conversavam numa sombra. Ao todo, em menos de dez anos, os drones já mataram entre 2 mil e 4,7 mil pessoas, segundo uma terceira organização ocidental: o Bureau de Jornalismo Investigativo. É um número cerca de quinze vezes maior que o total de mortes provocadas pela ditadura brasileira, em duas décadas…
 
O motor político que impulsiona esses assassinatos é conhecido. Desde a edição do Patriot Act, pouco após os atentados de 11 de Setembro de 2001, os EUA tornaram-se, em parte, um Estado policial. É esta lei – sancionada por George Bush e mantida no governo de Barack Obama – que abre espaço, entre outros atentados ao Direito internacional, à espionagem de chefes de Estado de outros países; á detenção de prisioneiros sem qualquer perspectiva de julgamento; ou à liquidação de seres humanos considerados “combatentes inimigos”. Mas quais as causas culturais e psicológicas da indiferença da opinião pública ocidental, diante destes atentados?
 
No texto a seguir, o filósofo francês Grégoire Chamayou parte em busca de respostas. Ele inspira-se em Walter Benjamin. Já nos anos 1930, o filósofo alemão preocupava-se com as máquinas de matar à distância. Via-as como símbolo máximo do que chamou de “segunda técnica” – a que aparta ao extremo o ser humano das consequências de seus atos.
 
Ao seguir as pegadas de Benjamin, Chamayou toca numa ferida extremamente incômoda. Ele compara a atitude de repulsa do Ocidente em relação aos homens-bombas islâmicos (ou aos matadores de aluguel, para ficar num exemplo mais próximo) com nossa dificuldade de sentir empatia pelas vítimas dos drones. Que ocorreu: teremos assimilado a ideia de que são mais “limpos” e menos repugnantes os assassinatos à distância – em que os matadores estão livres de qualquer contato com suas vítimas, além de permancer anônimos? Este alheamento será ainda maior pelo fato de os mortos estarem imersos em culturas distintas da nossa, viverem em regiões remotas, não serem notícia nos jornais? Nosso apreço ético pela vida humana estará se reduzindo a uma espécie da amor-próprio, que já não atribui humanidade ao “Outro”? Fique com o texto perturbador de Chamayou… (A.M.)

O filósofo Walter Benjamin refletiu sobre os drones, os aviões radiocomandados que os pensadores militares imaginavam já em meados dos anos 1930. Eles permitiram-lhe ilustrar a diferença entre o que chamava de “primeira técnica”, que remonta à arte pré-histórica, e a “segunda técnica”, característica da indústria moderna. O que as distinguia, a seus olhos, não era tanto o arcaismo ou inferioridade de uma em relação à outra – mas uma “diferença de tendência”. “A primeira compromete o ser humano, tanto quanto possível; a segunda, o menos possível. O cúmulo da primeira, se ousamos dizer, é o sacrifício humano; o da segunda seria o avião sem piloto, dirigido à distância por ondas hertzianas
2”.
 
De um lado, as técnicas do sacrifício; de outro, as do jogo. De um lado, o compromisso total; do outro o descompromisso total. De um lado, a singularidade de um ato vivo; de outro, a reprodutibilidade indefinida de um gesto mecânico. “De uma vez por todas – foi a divisa da primeira técnica (seja por meio do erro irreparável, seja do sacrifício da vida eternamente exemplar). Uma vez apenas não é nada – é a divisa da segunda técnica (cujo objetivo é repetir à exaustão suas experiências3”. De um lado, o kamikaze, autor do atentado-suicida, que se precipita de uma vez por todas, numa única explosão; do outro, o drone, que lança seus mísseis repetidamente, como se fosse um gesto banal.
 
Enquanto o gesto kamikaze implica a fusão completa do corpo do combatence e sua arma, o drone assegura a separação radical. Kamikaze: meu corpo é uma arma. Drone: minha arma é sem corpo. O primeiro implica a morte do agente. O segundo a exclui de modo absoluto. Os kamikazes são os homens da morte certa. Os pilotos de drones são os da morte impossível. Neste sentido, eles representam dois polos opostos sobre o espectro da exposição à morte. Entre ambos, há os combatentes clássicos, os homens que arriscam a morte.
 
Fala-se de atentados suicidas, mas, qual seria seu antônimo? Não existe expressão específica para designar os que podem matar por explosão sem jamais exporem suas vidas. Não apenas não lhes é necessário morrer para matar; sobretudo, é impossível, para eles, serem mortos, ao matar.
 
Sacrifício ou preservação de si
 
Ao contrário do esquema evolucionista, que Benjamin sugere, na verdade, apenas para melhor subvertê-lo, kamikaze e drone, arma de sacrifício e arma de autopreservação, não se sucederam de modo cronologiamente linear, um substituindo o outro, como a história à pré-história. Eles emergiram de modo conjunto, como duas táticas opostas que historicamente se contrapõem.
 
Em meados dos anos 1930, Vladimir Zworykin, um engenheiro da Radio Corporation of America (RCA), inquietou-se ao extremo quando leu um artigo sobre o exército japonês. Os nipônicos, soube ele, haviam começado a formar esquadrões de pilotos para aviões-suicidas. Bem antes da trágica surpresa de Pearl Harbour, Zworykin havia compreendido a amplitude da ameaça. “A eficácia deste método, é claro, ainda precisa ser demonstrada, mas se um treinamento psicológico das tropas neste nível fosse possível, este exército seria uma dos mais perigosos. Como dificilmente podemos esperar que algo semelhante seja introduzido em nosso país, devemos recorrer a nossa superioridade técnica para resolver o problema”4. Na época, já existiam, nos Estados Unidos, protótipos de “aviões radiocontrolados” que podiam servir de torpedos aéreos. Mas havia um problema: estes engenhos telecomandados eram cegos: eles “perdem eficácia assim que se rompe o contato visual com a base que os dirige. Os japoneses, ao que parece, encontraram uma solução para este problema”. Sua solução era o kamikaze: como o piloto tem olhos, e está preparado para morrer, ele pode guiar a máquina até o fim, rumo ao alvo.
 
Mas Zworykin também era, na RCA, um dos pioneiros da televisão. E a solução estava ali. “Um meio possível de obter praticamente os mesmos resultados do piloto-suicida consiste em equipar o torpedo radiocontrolado com um olho elétrico5. O operador estaria, então, em condições de enxergar o alvo até o fim e de guiar visualmente a arma, por comando de rádio, até o ponto de impacto.
 
Não deixar na cabine do avião nada além da retina elétrica do piloto, seu corpo recuado em outro lugar, fora do alcance das defesas antiaéreas inimigas. A partir deste princípio, o da acoplagem entre a televisão e o avião telecomandado, Zworykin descobriu a fórmula que iria se converter, bem mais tarde, em smart bomb (“bomba inteligente”) e, ao mesmo tempo, drone armado.
 
O texto de Zworykin é notável porque concebe o ancestral do drone – já numa das primeiras formulações teóricas – como o anti-kamikiaze. Não apenas do ponto de vista lógico (o da definição) mas também, e sobretudo, no plano tático: é a arma-resposta, tanto como antídoto quanto como estrela gêmea. Drone e kamikaze constituem duas opções práticas opostas, para resolver um único problema, o de dirigir a bomba até seu alvo. O que os japoneses acreditaram realizar por meio da superioridade de sua moral de sacrifício, os norte-americanos obterão pela supremacia de sua tecnologia material. O que os primeiros esperavam alcançar pela via do treinamento psicológico, será efetuado pelos segundos por procedimentos de pura técnica. A gênese conceitual do drone se dá numa economia ético-técnica da vida e da morte em que o poder tecnológico assume o lugar de uma forma de sacrifício inexigível. De uma lado, combatentes valorosos, prontos a sacrificar-se pela causa; de outro, máquinas-fantasmas.
 
O antagonismo entre kamikaze e telecomando está vivo hoje. Atentados-suicidas contra atentados-fantasmas. A polaridade é, em primeiro lugar, econômica. Ela opõe os que possuem o capital e a teconologia aos que só têm seu corpo como arma de combate. A estes dois sistemas materiais e táticos correspondem dois sistemas éticos – ética do sacrifício heróico de um lado; ética da preservação vital, do outro.
 
Drone e kamikaze contrapõem-se como dois padrões opostos da sensibilidade moral. Dois ethos que se enfrentam num espelho em que cada um é, ao mesmo tempo, antítese e pesadelo do outro. O que está em jogo nesta diferença, ao menos na superfície aparente, é uma certa concepção das relações diante da morte – a sua e a de outros –, do sacrifício ou da preservação de si, do perigo e da coragem, da vulnerabilidade e da destrutividade. Duas economias políticas e afetivas da relação com a morte – uma em que alguém a inflige, outra em que alguém se expõe a ela. Mas também duas concepções opostas do horror, duas visões do horror.
 
Richard Cohen, editorialista do Washington Post, expôs seu ponto de vista. “Os combatentes talibans vão além de não apreciar a vida, eles a desperdiçam gratuitamente em atentados suicidas. É difícil imaginar um kamikaze americano6. Ele insiste: “Não existe um kamikaze americano. Nós não exaltamos os autores de atentados-suicidas, nós não apresentamos seus filhos diante das câmeras de TV para que outras crianças as invejem. Para nós, isso é incômodo; provoca calafrios. É repugnante”. E acrescenta, complacente: “Mas talvez tenhamos nos apegado demais à vida7”.
 
“Incomodar”, “provocar calafrios”, “repugnar” é, portanto, morrer na luta e glorificar-se por isso. O velho ídolo do sacrifício gerreiro, que cai de seu pedestal e é imediatamente saqueado pelo inimigo, converte-se no pior dos frustrados, no cúmulo do horror moral. O sacrifício, incompreensível e ignóbil, é automaticamente interpretado como desprezo à vida – sem levar em conta que ele talvez implique, mais que isso, desprezo à morte. E se opõe a ele uma ética de suposto amor à vida – da qual o drone é, sem dúvida, a expressão acabada.
 
Firula final, concede-se que “nós” prezamos tanto a vida que às vezes nos apegamos a ela de modo excessivo. Um amor demais, que seria desculpável se tanta autocomplacência não fizesse suspeitar de amor próprio. Porque, ao contrário do que o autor sustenta, são as “nossas” vidas – e não “a” vida em geral que amamos. Se um kamikaze norte-americano é inconcebível, lugar-nenhum no mapa do pensável, é porque seria um oxímoro. A vida, aqui, não saberia negar a si mesma. E com razão: ela só nega a dos outros.
 
Quem é covarde?
 
Interrogado por um jornalista interessado em saber se é “verdade que os palestinos não se preocupam com a vida humana, nem sequer a dos mais próximos”, Eyad El-Sarraj, diretor do programa de saúde mental de Gaza, deu a seguinte resposta: “Como você pode acreditar em sua própria humanidade, se não acredita na humanidade do inimigo8”?
 
Horror por horror, por que matar sem se expor a perder a vida seria menos horrível que fazê-lo compartilhando a mesma sorte das vítimas? Em quê uma arma que permite matar sem perigo algum seria menos repugnante que o oposto? A acadêmica britânica Jacqueline Rose, espantada pelo fato de que “despejar bombas de fragmentação é considerado pelos governantes ocidentais menos repugnante e, além disso, moralmente superior”, interroga-se: “A razão pela qual morrer com sua vítima deve ser considerado um pecado maior que poupar a própria vida ao matar não está clara”9. Hugh Gusterson acrescenta: “um antropólogo que viesse de Marte poderia notar que muitos, no Oriente Médio, ressentem-se dos ataques de drones norte-americanos exatamente como Richard Cohen [o editorialista do Washington Post] diante dos atentados suicidas. Os ataques de drones são vistos amplamente como covardes, porque seus pilotos matam gente em terra a partir do espaço seguro de um casulo climatizado em Nevada, sem o menor risco de ser morto por aqueles que ataca10.”
 
O antropólogo Talal Asad sugere que o horror suscitado pelos atentados suicidas nas sociedades ocidentais repousa no fato de que o autor do crime, por meio de seu gesto, interdita a priori qualquer mecanismo de justiça retributiva. Ao morrer com sua vítima, ao coagular num único ato crime e castigo, ele torna a punição impossível e desativa o recurso fundamental de uma justiça pensada a partir de lógica penal. Ele não poderá jamais “pagar por aquilo que fez”.
O horror suscitado pela ideia de morte provocada por máquinas sem piloto tem, é claro, algo de similar. “O operador do drone”, prossegue Gusterson, “é igualmente uma imagem-espelho do atentado suicida no sentido em que também se afasta, mesmo em direção oposta, de nossa imagem paradigmática do combate.”
 
1 Diretor de robótica no Centro dos Sistemas de Guerra Naval e Espacial de San Diego (Spawar). Citado por Peter W. Singer, Wired for War : The Robotics Revolution and Conflict in the 21st Century, Penguin Books, Nova York, 2009.
2 Walter Benjamin, A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica, 1955, disponível na internet.
3 Ibidem
4 Vladimir K. Zworykin, “Flying Torpedo with an Electric Eye” [“Torpedo voador com olho elétrico”], 1934, em Television, vol. IV, RCA, Princeton, 1947.
5 Ibidem
6 Richard Cohen, “Obama needs more than personality to win in Afghanistan”, The Washington Post, 6/10/2009.
7 Richard Cohen, “Is the Afghanistan surge worth the lives that will be lost?”, The Washington Post, 8/12/2009.
8 “Suicide bombers: Dignity, despair, and the need for hope”. Entrevista com Eyad El Sarraj”, Journal of Palestine Studies, Washington, vol. 31, nº 4, verão de 2002 (citado por Jacqueline Rose, em “Deadly embrace”, London Review of Books, vol. 26, nº 21, 4/11/2004.
9 Ibidem
10 Hugh Gusterson, “An American suicide bomber?”, Bulletin of the Atomic Scientists, 20/1/2010.
 

EUA MANIFESTA-SE: OLIVER STONE E JOHN CUSACK EM PROTESTO CONTRA A NSA

 

Alexandre Costa - Expresso
 
"A História diz-nos que precisamos de vigiar os vigilantes", afirma Oliver Stone no vídeo de promoção de uma manifestação contra a NSA que terá lugar amanhã em Washington.

"Parem de nos vigiar" é um nome de um coletivo - que junta desde figuras de Hollywood a antigos funcionários da secreta norte-americana NSA, membros do Partido Democrata e até membros do grupo conservador Tea Party do Partido Republicano - que está a promover uma "manifestação conta a vigilância massiva", amanhã, em Washington.
 
"As ferramentas para a vigilância nunca foram tão poderosas e a ameaça às nossas liberdades civis nunca foi tão grande", afirma o ator John Cusack no vídeo de promoção do protesto, no âmbito do qual o coletivo pretende reunir 500 mil assinaturas num documento contra a atuação da NSA, a apresentar ao congresso norte-americano.
 
"A história diz-nos que precisamos vigiar os vigilantes", refere o realizador Oliver Stone, voltando depois a surgir no vídeo Cusack, para acrescentar que "num Estado policial a própria democracia está morta".
 
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EUROPA-ESTADOS UNIDOS. A NOVA GUERRA FRIA

 

Joana Azevedo Viana – jornal i
 
Chanceler alemã, presidente francês e outros líderes europeus tentam coordenar resposta aos EUA perante escândalo de vigilância ilegal
 
"Espiar amigos é inaceitável." À chegada ao Conselho Europeu, Angela Merkel deu o tom do estado das relações transatlânticas entre os Estados Unidos e a Europa. O escândalo da vigilância ilegal agravou-se quando Angela Merkel telefonou a Barack Obama perante informações "verificáveis" de que o seu telemóvel foi monitorizado pela Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana. Horas depois dessa chamada, a chanceler alemã convocou o embaixador dos EUA em Berlim para exigir mais explicações sobre a alegação.
 
Com Merkel em Bruxelas para um encontro de líderes europeus, foi o ministro dos Negócios Estrangeiros, Guido Westerwelle, que se encontrou com John Emerson, não sendo conhecidos pormenores desse encontro até ao fecho desta edição.
 
Ainda antes da reunião, Thomas de Maizière, ministro da Defesa e um dos mais próximos aliados da chanceler, dizia ao canal público alemão que, sendo os EUA o melhor amigo da Alemanha, "as coisas não podem continuar a funcionar assim".
 
"Se for verdade o que ouvimos [que o telemóvel de Merkel foi espiado], isso será muito mau. Já não podemos simplesmente voltar ao que era", sublinhou Maizière ao ARD numa dura declaração diplomática.
 
Quando a chanceler ligou a Obama exigindo explicações, o presidente americano garantiu-lhe que o seu telemóvel não está a ser nem será espiado, evitando, contudo, falar do passado. Ontem, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, recusou-se a comentar possíveis escutas no passado a Merkel.
 
O telefonema coincidiu com a aprovação no Parlamento Europeu de uma recomendação à Comissão (CE) de que suspenda o Programa de Detecção de Financiamento de Terrorismo, acordo de troca de dados bancários com os EUA, perante a suspeita de que o aliado espiou milhões de dados bancários de cidadãos da UE armazenados pela empresa SWIFT.
 
Apesar de a resolução não ser vinculativa, o escândalo da vigilância a Merkel levou ontem a Comissão Barroso a ter a primeira reacção em força desde as primeiras revelações há uns meses. "Chegou o momento de tomar medidas, e não apenas de fazer declarações", disse a vice-presidente da CE e comissária da Justiça, Vivianne Reding.
 
Durão Barroso adoptou um tom mais duro, mesmo sem falar explicitamente dos EUA: comparou o escândalo de espionagem com o que ocorria na antiga República Democrática Alemã. Na segunda-feira, François Hollande tinha já convocado o embaixador dos EUA em Paris para exigir explicações sobre alegações do "Le Monde" - com base em documentos confidenciais que o ex-consultor da NSA Edward Snowden tem divulgado - a dar conta de escutas a milhões de chamadas no país.
 
Ontem, fonte da diplomacia francesa avançou que Merkel e o presidente francês vão reunir-se hoje à margem da cimeira europeia para discutir o caso. "Este encontro bilateral, pedido por Merkel, não foi organizado por causa desse assunto, mas eles vão, evidentemente, falar sobre isso para coordenar uma reacção", indicou a fonte.
 
Foto Reuters
 
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Moçambique: LUTA PELO PODER?

 


Rui Lamarques – Verdade (mz), opinião
 
A mudança de Afonso Dhlakama para Sathunjira, há um ano, representou sempre um barril de pólvora para a estabilidade política no país. A sua estadia foi, por essa altura, diabolizada e apontada como contraproducente por uma extensa lista de riscos para a democracia. Desde então, o país registou uma inusitada entrada de material bélico, uma demonstração inequívoca de que poderia ser resolvido pelas armas o entrave que o diálogo se mostrou incapaz de ultrapassar...
 
“O que pensas da ocupação de Sathunjira pelas forças governamentais?” Na esfera pública, a pergunta é como apresentar o Bilhete de Identidade. A resposta diz quem és, dá ou tira inimigos, coloca uma etiqueta num país “dividido” em dois por razões políticas. Não pronunciar uma opinião rotunda sobre os últimos episódios na antiga base da Renamo resulta quase suspeitoso. Somos pró Guebuza ou anti-Guebuza, lambe-botas ou revolucionários a favor ou contra Dhlakama.
 
O meio-termo não está na moda em Moçambique. Guebuza, por mais que se negue, é um animal político superdotado, avivou este desgarro na opinião pública e desde sempre gerou uma idolatria desmedida ou uma repulsa visceral. Dhlakama, ao contrário, é compreendido como um político instável ou até uma corda entre líder militar e político.No entanto, é uma figura incontornável no actual cenário político moçambicano. A fuga dos cérebros da Renamo, por exemplo, é apontada como um dos grandes males de Afonso Dhlakama pelo facto de, por um lado, ter centrado o poder nas suas mãos e, por outro, ter contribuído para afastar do partido a possibilidade de se apresentar como uma alternativa aos moçambicanos.
 
Portanto, reconhecer hoje, com lucidez, a responsabilidade de um e de outro na situação de conflito armado na qual o país parece ter mergulhado resulta uma tarefa impossível para boa parte da opinião pública esclarecida. Como é Moçambique em 2013? É um país mais livre e mais justo e um dos pilares da integração regional ou uma sociedade dependente de doadores e megaprojectos, acossada de males crónicos como a terrível insegurança alimentar e com uma economia estancada?
 
“A mim Guebuza fez pessoa”, faz o seu balanço Eleutério Castro. A frase impressiona, sobretudo quando brota sem fanatismo, com uma certeza sem fissuras e um agradecimento profundo. Analfabeto e pobre, este ancião de Angónia considerou-se sempre uma cidadão de segunda até que, passados os 60 anos de idade, criou um negócio com o famigerado Fundo dos Sete Milhões, graças ao Governo. Guebuza pôs, com acerto, no centro do seu discurso, estes moçambicanos esquecidos por governos anteriores e tornou-lhes conscientes da possibilidade de prosperar fora dos grandes centros urbanos. As maiores vitórias do guebusismo são as dezenas de milhares de moçambicanos com nome e apelido aos quais a Presidência Aberta deu voz.
 
“Neste sentido, creio que olhar para os distritos era uma necessidade histórica”, dizia numa entrevista Joaquim Chissano, antigo estadista moçambicano. Um país não via o outro país, o meio urbano e o rural não dançavam a mesma música e nem falavam da mesma maneira e os líderes políticos e económicos ignoravam a existência e as necessidades da parte mais frágil da sociedade até que o guebusismo deu um sonoro murro na porta e disse: “Estamos aqui”. Esta mudança é irreversível, até a oposição mais recalcitrante o sabe, e qualquer Governo futuro não pode passar por alto esta realidade.
 
Contudo, Guebuza, com os anos, foi deixando também de fora do seu projecto de país uma parte importante dos cidadãos. Comigo ou contra mim. E assim a exclusão política substitui a exclusão social. Segundo a Instituto Nacional de Estatística, o número de moçambicanos pobres tem vindo a aumentar, enquanto a economia cresce cerca de 7 porcento ao ano. Para os adversários de Guebuza, ao impulsionar estes programas de renda ou alimentação, o Presidente não procurava o bem-estar nem a justiça social, mas sim os votos para perpetuar o seu partido no poder.
 
A pergunta, agora, é se as promessas de projectos sociais que concederam tanta popularidade ao Presidente da República nos distritos tem estrutura necessária para sobreviver. Desde 2010, o distanciamento de Guebuza em relação aos projectos como Revolução Verde acentuou-se e até o combate ao deixa-andar, que se tinha convertido no seu cavalo de batalha, foi literalmente relegado para segundo plano. A reversão da Hidroélectrica de CahoraBassa e os mega-projectos marcaram uma nova era no discurso de Guebuza.
 
Na verdade, a economia moçambicana bateu recordes de crescimento, mas milhões de moçambicanos sentem-se hoje desgastados por um projecto político que não se parece em quase nada com o que votaram em 2004 e 2009. Houve em Moçambique uma verdadeira revolução verde e um acirrado combate ao clientelismo e deixa-andar?
 
Em muitos casos, a desilusão e a impotência são tão fanáticas porque o Presidente contava com apoio e recursos necessários para ter transformado o país e resolvido os seus problemas mais prementes. Começando pelo crescente aumento de custo de vida que culminou com os tumultos de 5 de Fevereiro de 2008 e 1 Setembro de 2010. É difícil saber até que ponto Guebuza é consciente dos seus fracassos, de que o combate ao deixa-andar e a luta contra a pobreza que impregnou no seus discursos não calaram no fundo de um povo que precisava de novos rumos.
 
Com o tempo, o Presidente da República cedeu à tentação de um narcisismo extremo que parecia cegá-lo e que o impeliu, inclusive, a institucionalizar o guebusismo para lhe dar continuidade para além da sua pessoa. O líder moçambicano criou condições para que nada lhe fizesse sombra nas suas fileiras enquanto a oposição, totalmente desorientada e dividida, necessitou de anos para encontrar um projecto construtivo e um candidato capaz de se medir com a Frelimo nos pleitos eleitorais.A verdade é que Guebuza foi durante muito tempo líder do Governo e da oposição.
 
É, portanto, nesta óptica de líder incontestável que o país degenerou na situação de conflito armado. Convencido da importância de eliminar Dhlakama fisicamente para governar sem fissuras, Guebuza deu ordens para que Sathunjira fosse ocupada e o líder da Renamo morto, de acordo com a percepção da opinião pública. Exactamente na semana em que os membros daquela formação política celebravam o desaparecimento físico de André Matsangaíssa. Finalmente, o único adversário de peso de Guebuza acabou por ser um elemento inesperado com que ninguém, e muito menos ele, pareceria haver contado: Dhlakama foi informado do plano, saiu antes do ataque do local e está vivo.
 
Dhlakama afirmou que não vai retaliar e que não pretende a guerra. Porém, através do porta- -voz do seu partido, Fernando Mazanga, anunciou que tinha perdido o controlo dos seus homens. O que se pode depreender desta volte-face discursiva, passados dois dias, é que existe um espaço para o diálogo ou que o líder da Renamo pretende ganhar tempo para se refazer da humilhação de Sathunijira e, ao mesmo tempo, distancia-se de qualquer ataque que possa ocorrer.
 
 Leia em PG tudo sobre Moçambique - use a ligação dos países lusófonos junto ao cabeçalho
 

NOVOS CASOS DE RAPTO EM MOÇAMBIQUE

 


Situação não é nova, mas número de ocorrências está a tornar-se mais frequente
 
Público
 
O rapto da mulher de um empresário, quinta-feira, nos arredores de Maputo é o último caso conhecido de uma vaga de crimes desse tipo que tem vindo a aumentar nos últimos meses, na capital moçambicana.
 
A mulher, de pouco mais de 30 anos, foi raptada quando chegava à fábrica da família, levada pelo motorista. Foi, de acordo com o jornal Notícias, o terceiro caso de rapto em três dias.
 
O jornal escreve que na segunda-feira à noite foi também raptado um homem frente ao edifício onde residia. O outro caso é o de uma mulher raptada na terça-feira nas imediações da Escola Portuguesa depois de ali ter deixado o filho.
 
Não há coincidência sobre o número de raptos em Maputo nos últimos dias, mas a frequência de casos está a alarmar a população. Na quarta- feira foi noticiado a situação de um aluno moçambicano do 12.º ano da Escola Portuguesa. A Folha de Maputo escreve que na quinta-feira ocorreram não um mas dois dois raptos e que desde terça-feira os casos são cinco.
 
O número de raptos tem vindo a aumentar em Maputo nos últimos meses mas a situação não é nova. No ano passado foram registados pelo menos 14.
 
Leia mais sobre Moçambique em Público
 

PM timorense pede a jornalistas para ajudarem a mudar mentalidades

 


Díli, 25 out (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, pediu hoje aos jornalistas timorenses para ajudarem a mudar mentalidades e contribuírem para o desenvolvimento do país.
 
"Vocês podem ter uma componente importante no desenvolvimento do Estado. Precisamos de uma revolução de mentalidades e vocês podem criar uma nova mentalidade para fazer este processo", afirmou Xanana Gusmão, no discurso inaugural do primeiro congresso de jornalistas, que vai decorrer até domingo em Díli.
 
Os jornalistas de Timor-Leste vão estar reunidos até domingo para aprovar um Código de Ética para o setor e discutir o futuro Conselho de Imprensa.
 
Dedicado ao tema "Código de Ética e Conselho de Imprensa um caminho para garantir o profissionalismo do jornalista", o congresso vai contar com a participação de vários peritos de Portugal, Austrália, Tailândia e Indonésia.
 
"O jornalismo é uma profissão com responsabilidade de também contribuir para este Estado. O Estado não pode ficar sozinho, precisa de todas as componentes e é preciso um Código de Ética para autorregular a vossa profissão, porque o vosso trabalho deve ser feito com responsabilidade", disse Xanana Gusmão.
 
O primeiro-ministro salientou também que o Código de Ética é "importante, porque a regulação responde ao Estado de Direito Democrático", prometendo que o Fundo de Desenvolvimento Humano vai começar também a beneficiar o setor da comunicação social.
 
Presente na sessão inaugural do congresso, esteve também o embaixador de Portugal, Manuel Gonçalves de Jesus, que defendeu que o jornalismo é uma profissão "cujo bom exercício depende da exigência ética daqueles que a praticam".
 
"E, para isso, existem mecanismos de regulação e de autorregulação das atividades da comunicação social que enquadram e balizam as atividades dos jornalistas", disse.
 
Segundo o diplomata português, o maior desafio para os jornalistas timorenses durante o congresso vai ser "encontrar os melhores caminhos para a organização profissional do jornalismo, de acordo com a especificidade cultural, política, social e económica de Timor-Leste".
 
O congresso, organizado por várias associações de jornalistas timorenses e pelo Sindicato de Jornalistas, tem o apoio do Gabinete do Secretário de Estado da Comunicação Social e do Programa de Comunicação Social da União Europeia, cooperação delegada em Portugal.
 
O Presidente timorense, Taur Matan Ruak, encerra o congresso no domingo.
 
MSE // VM - Lusa
 

Timor-Leste vai apoiar processo eleitoral na Guiné-Bissau com quatro milhões de euros

 


O Governo de Timor-Leste anunciou hoje, em comunicado, a criação de uma Missão de Apoio ao Processo Eleitoral na Guiné-Bissau com um financiamento de seis milhões de dólares (cerca de 4,3 milhões de euros).
 
"O Governo de Timor-Leste decidiu criar uma Missão de Apoio ao Processo Eleitoral na Guiné-Bissau. Esta missão, com um financiamento do Estado timorense no valor de seis milhões de dólares, tem como principal objetivo contribuir para a preparação do processo eleitoral", refere o documento.
 
Segundo o comunicado, o apoio vai incidir sobretudo na fase de recenseamento eleitoral "que é crucial para resultados democráticos credíveis".
 
O comunicado do Governo refere também que a Missão de Apoio ao Processo Eleitoral na Guiné-Bissau vai trabalhar em "estreita articulação" com o Gabinete Integrado da ONU para a Consolidação da Paz naquele país, liderada pelo antigo chefe de Estado timorense José Ramos-Horta, e vai dar assistência ao Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral guineense, que vai integrar na equipa técnicos timorenses.
 
A missão timorense vai chegar a Bissau na próxima semana e vai permanecer no país por um período de quatro meses.
 
"A missão conta com a elevada capacidade técnica e experiência no âmbito da realização de eleições legislativas e presidenciais que Timor-Leste tem vindo a acumular, decorrente da sua história recente e de situação de pós-conflito", refere o comunicado.
 
O Governo timorense acrescenta que "Timor-Leste assume aquele compromisso considerando não só os laços de solidariedade que unem os países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), mas, sobretudo, considerando que a Guiné-Bissau é um dos países que faz parte do grupo G7+ que Timor-Leste lidera e advoga, numa iniciativa de aproximação dos Estados frágeis".
 
O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, realizou uma visita de trabalho à Guiné-Bissau no início de outubro para conhecer de perto as dificuldades existentes no país.
 
A Guiné-Bissau está a ser dirigida por um Presidente e um Governo de transição na sequência do golpe militar de 12 de abril de 2012.
 
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental CEDEAO) determinou que o período de transição tinha que terminar antes do final deste ano com a organização de eleições gerais, que estão marcadas para 24 de novembro.
 
Com o prazo já comprometido, Ramos-Horta defende que a ida às urnas não deve acontecer para lá das primeiras semanas de 2014 e uma nova data para o escrutínio deve ser anunciada hoje na cimeira de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, em Dacar, Senegal.
 
RTP – Lusa
 

Angola está mais próxima de um estado totalitário, jornalista Domingos da Cruz

 


Novo livro analisa a situação da liberdade de imprensa
 
Manuel José – Voz da América
 
Angola ainda não é um estado democrático e de direito, e está mais próximo do totalitarismo, esta 'e uma das conclusões a que chegou o jovem jornalista e activista social Domingos da Cruz no livro "Liberdade de imprensa em Angola.
 
Domingos da Cruz colocou Quarta-feira no mercado duas obras literárias: "Liberdade de imprensa em Angola, obstáculos e desafios no processo de democratização" e "Ética educativa a luz da racionalidade comunicativa". Neste ultimo, o autor considera que um professor na sala de aulas vale mais pelos argumentos e não pela sua autoridade.

"O professor apresenta o seu ponto de vista e devera fazer com que tal teoria se encaixe ou não na cabeça do estudante, em função da força e qualidade do argumento e não na autoridade do professor na sala de aulas," disse

"Isto tem uma grande relação com o processo democrático na medida em que no estado democrático e de direito a liberdade é fundamental e a escola é um instrumento fundamental para construção de uma sociedade livre," disse.

Sobre o livro "Liberdade de Imprensa em Angola, obstáculos e desafios no processo de democratização" o autor considera que o país está longe de ser um estado democrático.

Para ele Angola aproxima-se mais a um estado totalitário.

“À luz da teoria liberal da democracia no meu entender Angola não é uma democracia, é um estado autoritário a caminho do totalitarismo," disse.

Domingos da Cruz apresenta na sua obra aquilo que pensa ser a solução para a alteração do actual quadro.

"Não há serviço público de comunicação, não há democracia, pelo que a solução passa pela Líbia, Egito e pela Tunísia e ponto final," disse.
 

Riqueza de Angola está concentrada na presidência, familiares e colaboradores

 


Pobreza no país está a aumentar, diz o dirigente da CASA CE em entrevista á VOA
 
Manuel José – Voz da América
 
O dirigente da CASA CE Abel Chivukuvuku disse à Voz da América que a riqueza de Angola não deve estar concentrada na presidência, seus familiares e colaboradores.

Chivukuvuku comentava á Voz da América as declarações do Presidente José Eduardo dos Santos que protestou contra o que disse ser uma campanha ocidental para equiparar aqueles que enriquecem com a corrupção.

Chivukuvuku acha necessário o enriquecimento dos cidadãos mas defende que não seja uma exclusividade do presidente da republica e familiares.

"Se o país potencialmente é rico é bom fazermos que os cidadãos angolanos sejam ricos mas esta riqueza não seja circunscrita á volta dos grandes dirigentes, do presidente da republica ele próprio, seus familiares e colaboradores,” disse.

“Tem que ser uma riqueza do cidadão em geral," acrescentou.

O líder da terceira maior forca parlamentar do país acredita no entanto que pelo contrário os angolanos estão cada vez mais pobres.

“Quando vamos ao interior do país o que se constata é que os angolanos ainda são fundamentalmente muito pobres," disse.

Chivukuvuku considera que questões de abastecimento de bens fundamentais como agua e energia eléctrica continuam por se resolver.

"Os problemas de prestação de serviços básicos mantém-se, no domínio da educação, da saúde, energia eléctrica e agua potável mantém-se esses problemas," acrescentou.

No sector da economia, o numero 1 da CASA-CE pensa que enquanto a mesma depender unicamente do petróleo, o desenvolvimento continuará a ser uma miragem.

"Como 'é que vai evoluir a estrutura da economia, vamos manter uma economia de enclave dominado pelo petróleo ou há uma estratégia noutros domínios, Angola tem outros minerais o ferro, o cobre o níquel, fechamo-nos nos diamantes, como vamos fazer?” interrogou.

Para o presidente da CASA-CE, o país teima em não apostar no principal recurso, o homem.

"Qual 'é a estratégia quanto ao desenvolvimento dos recursos humanos angolanos? Nós sempre reclamamos que devíamos ter uma estratégia de diversificação e reformulação do próprio sistema de ensino, para além de termos também de introduzir o princípio da discriminação geográfica positiva que não está a ser feita," disse.
 

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