MARCO VAZA - Público
Os Jogos da
Lusofonia existem desde 2006 e há quem defenda que devem absorver os da CPLP
sem esquecer os países que não falam português.
São dezenas os
eventos multidesportivos do calendário internacional. Os critérios são vários:
idade, língua proximidade geográfica, afinidades políticas, afinidades
históricas, entre outros motivos para agregar um determinado número de nações
numa competição. E assim se realizam, por exemplo, os Jogos Bolivarianos, que
integram as seis nações do continente americano liberadas por Simon Bolivar do
domínio espanhol. Ou os Jogos Pan-Arábicos, destinados ao mundo árabe.
Desde 2006 que
existe um evento multidesportivo destinado aos países de língua portuguesa, os
Jogos da Lusofonia, cuja terceira edição está a decorrer em Goa. Mas nem todos
os países participantes têm o português como língua oficial. A Portugal,
Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Cabo Verde e
Timor Leste, juntam-se outros países/territórios com afinidades históricas a Portugal,
mas que não falam português, como Guiné-Equatorial, Índia, Sri-Lanka e Macau
(China).
Foi Macau a receber
a primeira edição dos Jogos da Lusofonia em 2006. Três anos depois era Lisboa a
receber o evento que teve como cabeça de cartaz Nélson Évora, campeão olímpico
do triplo-salto. Não houve necessidade de se construírem infra-estruturas
desportivas, com o Pavilhão Atlântico e o Estádio Nacional a serem alguns dos
palcos das várias competições. Em 2017 será Maputo, capital de Moçambique, a
receber a quarta edição dos Jogos.
Mas a própria
estrutura actual do evento está em causa e há quem defenda a fusão com os Jogos
da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), uma competição que se
realiza de dois em dois anos destinada a atletas com menos de 16 anos.
“Entendemos que deve haver uma reavaliação. Pode ser esse [a fusão] ou outro
modelo. O que é importante é garantir um modelo de cooperação entre os países.
Mas, a haver uma competição única, teria de acolher todos os países”, observa
José Manuel Constantino.
Artur Lopes, chefe
da missão portuguesa em Goa, defende abertamente esta opção: “O que questiono
são os custos dos jogos, a carestia. Tudo isto são muitos milhares de euros que
se gastam para preparar esta situação, pelo que não sei se não será de
repensar, com as forças políticas, uma junção com os jogos da CPLP.”
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