terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Polícias envolvidos na morte de brasileiro na Austrália declaram-se inocentes

 


Sydney, Austrália, 28 jan (Lusa) - Os quatro polícias australianos envolvidos na detenção do estudante brasileiro Roberto Laudisio Curti, que morreu depois de receber descargas elétricas durante uma perseguição em março de 2012 em Sydney, declararam-se inocentes das acusações de agressão.
 
"Os meus clientes declaram-se não culpados das acusações que pesam sobre eles", disse o advogado Bill Madden perante um tribunal de Sydney que processa Chin Aun (Eric) Lim, Damien Ralph, Scott Edmondson e Daniel Barling.
 
A próxima sessão está agendada para 25 de março, ainda que a presença dos agentes da polícia não seja obrigatória, informa a edição digital do diário Sydney Morning Herald.
 
Em dezembro passado, a Comissão de Integridade da Polícia da Austrália anunciou a a acusação os agentes Eric Lim e Damien Ralph por agressão comum e Scott Edmondson e Daniel Barling por agressão com a agravante de ter provocado lesão corporal.
 
A decisão foi tomada depois de a Procuradoria do estado de Nova Gales do Sul recomendar que fossem processados os agentes por considerar que existiam provas suficientes para a acusação após a análise de um relatório da própria comissão policial.
 
Roberto Laudisio Curti morreu após ter sido perseguido por vários agentes policiais, que dispararam 14 descargas elétricas pouco depois de ter sido denunciado o roubo de dois pacotes de biscoitos numa loja do centro de Sydney.
 
Antes do incidente, o estudante brasileiro, de 21 anos, tinha sofrido um episódio psicótico e estava a correr no centro da cidade depois de ingerir uma terceira pastilha de LSD.
 
Um relatório forense sobre a morte do jovem determinou, em novembro de 2012, que os agentes atuaram de forma brutal, imprudente e perigosa ao deterem o jovem utilizando pistolas elétricas "taser" e gás pimenta.
 
Outro relatório do gabinete do Defensor Popular de Nova Gales do Sul criticou a investigação à morte de Roberto Laudisio Curti por não ter identificado nem abordado adequadamente a suposta negligência policial.
 
As pistolas elétricas provocam descargas de 400 volts, são utilizadas pelas forças de segurança em países como a Austrália, Reino Unido ou Estados Unidos para travar agressores em situações que não justifiquem o uso de arma de fogo.
 
A Amnistia Internacional tem criticado a utilização das "taser" e sublinha que as pistolas já provocaram dezenas de mortes além de poderem ser utilizadas em ações de tortura sobre presos.
 
FV (JCS) // JCS - Lusa
 

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