Sydney, Austrália,
28 jan (Lusa) - Os quatro polícias australianos envolvidos na detenção do
estudante brasileiro Roberto Laudisio Curti, que morreu depois de receber
descargas elétricas durante uma perseguição em março de 2012 em Sydney,
declararam-se inocentes das acusações de agressão.
"Os meus
clientes declaram-se não culpados das acusações que pesam sobre eles",
disse o advogado Bill Madden perante um tribunal de Sydney que processa Chin
Aun (Eric) Lim, Damien Ralph, Scott Edmondson e Daniel Barling.
A próxima sessão
está agendada para 25 de março, ainda que a presença dos agentes da polícia não
seja obrigatória, informa a edição digital do diário Sydney Morning Herald.
Em dezembro
passado, a Comissão de Integridade da Polícia da Austrália anunciou a a
acusação os agentes Eric Lim e Damien Ralph por agressão comum e Scott
Edmondson e Daniel Barling por agressão com a agravante de ter provocado lesão
corporal.
A decisão foi
tomada depois de a Procuradoria do estado de Nova Gales do Sul recomendar que fossem
processados os agentes por considerar que existiam provas suficientes para a
acusação após a análise de um relatório da própria comissão policial.
Roberto Laudisio
Curti morreu após ter sido perseguido por vários agentes policiais, que
dispararam 14 descargas elétricas pouco depois de ter sido denunciado o roubo
de dois pacotes de biscoitos numa loja do centro de Sydney.
Antes do incidente,
o estudante brasileiro, de 21 anos, tinha sofrido um episódio psicótico e
estava a correr no centro da cidade depois de ingerir uma terceira pastilha de
LSD.
Um relatório
forense sobre a morte do jovem determinou, em novembro de 2012, que os agentes
atuaram de forma brutal, imprudente e perigosa ao deterem o jovem utilizando
pistolas elétricas "taser" e gás pimenta.
Outro relatório do
gabinete do Defensor Popular de Nova Gales do Sul criticou a investigação à
morte de Roberto Laudisio Curti por não ter identificado nem abordado
adequadamente a suposta negligência policial.
As pistolas
elétricas provocam descargas de 400 volts, são utilizadas pelas forças de
segurança em países como a Austrália, Reino Unido ou Estados Unidos para travar
agressores em situações que não justifiquem o uso de arma de fogo.
A Amnistia
Internacional tem criticado a utilização das "taser" e sublinha que
as pistolas já provocaram dezenas de mortes além de poderem ser utilizadas em
ações de tortura sobre presos.
FV (JCS) // JCS -
Lusa
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