Balneário Público
Seis jovens estudantes morreram num alegado ato de praxe universitária.
Uma onde gigante e inesperada arrastou sete estudantes para o mar quando
estavam no areal, muito pouco distanciados da linha de rebentação. Ocorreu na
praia do Meco – aldeia próxima da praia onde os estudantes alugaram casa para
passarem dois ou três dias e aí cumprirem as praxes reservadas aos caloiros.
Seis deles eram caloiros, o sétimo estudante pertencia à denominada Comissão
das Praxes. A lamentar são as seis mortes na flor da vida. Seis jovens
promissores que iniciavam o caminho da universidade e de um melhor futuro. Vai
daí tiveram de se submeter às praxes. Eis o resultado. Resultado terrível
porque o uso e abuso das praxes vai muito para além do admissível. Vezes
demais, apesar de alegadamente dizerem que é “uma tradição e uma brincadeura”,
ultrapassa e viola os Direitos Humanos. Vezes sem conta os jovens praxados são
humilhados. Pior ainda quando as “brincadeiras” conduzem à morte e a outro tipo
de acidentes graves. Diz a Wikipédia sobre as praxes universitárias: “A praxe rege-se,
de acordo com os seus promotores, por códigos aprovados por grupos restritos da
comunidade estudantil1 . Os
promotores da praxe afirmam que se trata de uma forma de integração, já que,
através da praxe, os novos alunos conhecem os estudantes mais velhos que os
podem ajudar ao longo da sua vida académica, e os colegas do seu próprio ano,
contribuindo para novas amizades. As práticas associadas à praxe revelam,
porém, em muitos casos, o exercício de formas de humilhação e de agressão
física e psicológica a que os novos estudantes se submetem, entre outras
razões, pelo receio que têm da da sua ostracização pela comunidade. Estas
práticas que conduziram, nalguns casos, à morte ou a danos físicos graves
irreversíveis a caloiros,
que levaram à abertura de processos-crime, têm sido objeto de forte contestação
e gerado enorme polémica.” Acreditemos que aqui acabámos de ler e tomar
conhecimento do essencial. Que se termine com as praxes e que sejam os próprios
univertários a tomar tal decisão. Isso seria muito melhor que qualquer lei
repressora e, naturalmente, convite à contestação e à desobediência. Desse modo
os universitários demonstrariam maior e melhor consciência de humanidade. Um
caloiro é um estudante como outro qualquer. É, principalmente, uma jovem pessoa
que merece todo o respeito dos estudantes mais “velhos”. Todo o respeito ao
darem-lhes as boas vindas e na sua integração na universidade. Em memória às
vítimas das praxes, acabem com estas estúpidas e perigosas praxes.
Robles Neto
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