Henrique Monteiro –
Expresso, opinião
Aquela crise do
verão, logo no princípio de julho, que nos custou os olhos da cara e ia
deitando todos os esforços dos portugueses a perder (e aqui há que salientar a
calma, quase mortuária, de Pedro Passos Coelho) foi, como prometido, finalmente
explicada por Paulo Portas no Congresso do CDS.
Afinal, por que se
demitiu irrevogavelmente Paulo Portas, para depois continuar no Governo? A
coisa explica-se facilmente, como se viu nos três décimos de segundo que ele
dedicou ao caso num discurso de uma hora: ele fez o que tinha a fazer, porque
tinha de o fazer e se não o fizesse seria ainda pior.
Pronto! Perceberam?
Pois eu percebi muito bem! Portas quer, quase exige, que o nosso raciocínio dê
o chamado "salto de fé". Ou acreditamos que ele fez o melhor para
nós, ou não acreditamos. Como dizia Santo Inácio de Loyola (ou seria São Tomás
de Aquino? Este Portas baralha-me...) para quem acredita nele tudo está
explicado; para quem não acredita, não há mais explicações a dar.
Pois é. Dr. Portas.
O problema é que 90 por cento ou mais não acreditam em si. Menos ainda no seu
altruísmo e responsabilidade. De modo que o que fica é isto: foi uma birra, que
já nem o próprio sabe explicar.
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