O gabinete de
direitos humanos da ONU pediu hoje à Ucrânia uma investigação "rápida,
minuciosa e independente" das mortes, raptos e torturas de manifestantes.
"Estamos
chocados com as mortes relatadas nos últimos dias em Kiev, as quais devem ser
pronta, completa e independentemente investigadas", disse à imprensa
Rupert Coville, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
"Também
pedimos que sejam investigados os relatos de raptos e de tortura",
acrescentou.
A televisão
ucraniana noticiou hoje o caso de um ativista da oposição Dmytro Bulatov,
desaparecido há uma semana e encontrado hoje gravemente ferido, que terá sido
torturado pelos seus captores.
Bulatov, 35 anos,
relatou que os seus captores o espancaram e torturaram, tendo-lhe cortado uma
orelha e pregado pregos nas mãos, acabando por deixá-lo numa floresta.
"Repetimos o
nosso apelo ao Governo e aos manifestantes para que mostrem contenção e criem
condições para o diálogo e a reconciliação", disse o porta-voz.
Rupert Coliville
referiu-se por outro lado a progressos na situação na Ucrânia, evocando os
passos dados no sentido de um diálogo entre Governo e oposição e à abolição das
leis aprovadas duas semanas antes e que "restringiam o exercício dos
direitos à liberdade de reunião, associação e expressão".
Antiga república
soviética, a Ucrânia é há dois meses palco de manifestações maciças, algumas
marcadas por violentos confrontos com a polícia, convocadas após a decisão do
Presidente, Viktor Ianukovitch, de suspender os preparativos para assinar um
acordo com a União Europeia e estreitar relações com a Rússia.
Lusa, em Notícias
ao Minuto
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