A Zâmbia anunciou
para breve o início da construção de uma linha ferroviária que vai ligar
Chingola, no coração da antiga província de Copperbelt, à fronteira de Angola,
onde se junta ao Caminho-de-Ferro de Benguela.
A linha ferroviária
vai ser construída numa parceria entre os sul-africanos da Grindrod e os
zambianos da Northwest Rail Company e tem duas fases: uma que se estende desde
Chingola até às minas de Kansanshi, Lumwana e Kalumbila (uma via de 290
quilómetros) e outra que vai ligar à linha de Benguela na fronteira da Zâmbia
com Angola, perto de Jimbe.
Outra ligação está a ser feita com Moçambique. Quando o projecto estiver
concluído, a zona austral do continente vai passar a ter uma linha ferroviária
a ligar o Oceano Atlântico (Angola) ao Índico (Moçambique). O objectivo é abrir
um corredor directo até ao Lobito, para permitir que a Zâmbia, um país sem
costa marítima, importe produtos como o petróleo, directamente de Angola.
O Presidente da Zâmbia anunciou recentemente a disponibilização de 120
milhões de dólares à empresa pública do sector para dinamizar o processo de
reabilitação das linhas ferroviárias do país, iniciado em Setembro passado.
O dinheiro é parte de 750 milhões negociados em 2012. Do lado angolano, o
comboio chega ao Luau, fronteira com a República Democrática do Congo, desde
Dezembro passado.
No processo de reabilitação e modernização do Caminho-de-Ferro de Benguela
foram reabilitados 1.344 quilómetros do canal ferroviário do Lobito ao Luau,
construídas 107 estações e 35 pontes.
A circulação dos comboios de passageiros e mercadorias começa em Abril. O
restabelecimento do CFB até à fronteira Leste volta a dar ao Porto do Lobito o
seu estatuto de porta de entrada e saída de mercadorias e passageiros do
interior do país e, também, dos países vizinhos sem acesso ao mar.
O Caminho-de-Ferro de Benguela está também a preparar a introdução de
locomotivas para explorar o turismo. Ao longo dos 1.344 quilómetros de percurso
existe um património natural que pode ser explorado para a indústria
turística. O ministro dos Transportes, Augusto Tomás, anunciou para breve
a conclusão dos programas para ligar Angola à RDC, à Zâmbia e à Namíbia. A
próxima acção está virada para a ligação das três linhas férreas de Angola: Benguela,
Moçâmedes e Luanda.
Jornal de Angola –
foto Daniel Benjamim
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