Seis mil pessoas
superlotaram a quadra do Salgueiro no Encontro do PT, para aprovar o lançamento
da candidatura de Lindberg Farias ao governo do Estado.
Emir Sader – Carta Maior,
em Blog do Emir
6 mil pessoas, na
sua quase totalidade da Baixada Fluminense, do interior e dos bairros pobres do
Rio, superlotaram a quadra do Salgueiro no Encontro do PT, para aprovar o
lançamento da candidatura de Lindberg Farias ao governo do Estado.
A primeira das extraordinárias impressões é a composição eminente popular dos
presentes, aquelas caras inivisibilizadas pela mídia. Caras humanas, de homens,
mulheres, jovens, crianças, idosos, que encontramos nas ruas, mas nunca nas
novelas, nem nos noticiários da televisão e dos jornais.
São os cariocas que enfrentam horas por dia no trânsito, que vivem mal, com
desconforto e com insegurança, com precário atendimento de saúde, que
presenciam as prioridades dos governos se concentrarem na zona sul da cidade.
Que se sentem excluídos, são vítimas das políticas dos governos e não seus
beneficiários.
Foi com esse povo que o PT aprovou a candidatura do Lindberg pra governador do
Rio, na reunião mais expressiva que o partido já realizou. Uma candidatura que
foi amadurecendo ao longo do tempo, superando as feridas de intervenções e
alianças impostas ou assumidas meio a contragosto.
Agora o PT se apresenta de cara limpa, jovem, combativa, criativa, ampla,
propondo ao povo do Rio que lhe dê a oportunidade de governar o Rio. Com a
mesma prioridade das políticas sociais que caracteriza as profundas
transformações que o Brasil do Lula e da Dilma tem realizado há mais de 10
anos. Que o Rio se integre plenamente a esse movimento extraordinário.
O Encontro do PT foi a mais importante reunião que o o partido já realizou no
Rio também porque porque fecha uma fase de baixo perfil do PT no Rio, por um
acúmulo de circunstâncias. Mas não se trata de que o PT esteja bem, mas de que
o resgate do PT só possa existir com o resgate do Rio para as políticas com os
governos nacionais do PT resgatam o Brasil.
As propostas adiantadas pelo Lindberg apontam o caráter radicalmente inovador
que seu governo pretende ter, caso triunfe. A começar pela prioridade do
social, explícita nas inserções do PT na mídia, dando ao transporte – em que o
Rio tem um desempenho particularmente ruim, - mas colocando a educação
como centro do seu projeto. O resgate dos Cieps, como caminho para a educação
em tempo integral em toda a rede pública, por si só, define a centralidade da
educação e da esfera pública – a esfera dos direitos, contra a esfera mercantil
-, como eixo do programa de governo.
O compromisso com ter um programa do Mais Medicos específico pro Rio de Janeiro
representa a extensão e o aprofundamento do programa federal, de enorme sucesso
e receptividade por todo o Brasil. Porque o Rio não é menos carente em saúde
publica do que outros estados, apesar dos índices de desenvolvimento superiores
do estado.
Mas nenhum programa tem consistência se não for acompanhado do apoio popular e
da disposição de participação popular. O projeto de Orçamento Participativo se
compromete a realizar no Rio a democratização do Estado e das suas relações com
a cidadania, indispensáveis a um governo que não quer apenas governar para o
povo, mas também com o povo.
A campanha apenas começa, mas as primeiras indicações são de que o caminho
escolhido pela candidatura de Lindberg é o correto: as caravanas, as inserções
na mídia, as propostas elaboradas coletivamente, a mobilização popular. Tudo
parece indicar que o a conquista dos setores populares do Rio, desse povo
transformado pelos governos Lula e Dilma está aberto.
Entre os desafios, a busca do diálogo e da participação da juventude, dos
estudantes, dos artistas, dos intelectuais, entre outros setores ainda não
integrados da população do Rio. São setores importantes para galvanizar a
opinião pública, para estender ao conjunto do estado do Rio a campanha, a
mensagem democratizante e inovadora do Lindberg.
Nenhum candidato como ele tem condições de conseguir essa sensibilização que
cruza a amplos setores sociais. Não apenas por sua trajetória – nordestino,
líder estudantil, prefeito, senador, com grande carisma pessoal. A incorporação
de outros temas como, por exemplo, a transformação do Rio em território livre
do analfabetismo em 4 anos, um programa agrário que torne o Rio autossuficiente
em alimentos, a retomada dos Pontos de Cultura, entre outros podem favorecer
esse dialogo. A própria elaboração coletiva, ouvindo a população nas caravanas
e em constantes reuniões com distintos setores sociais, favorece a construção
do programa que permita construir um Rio para todos.
Sem comentários:
Enviar um comentário