sábado, 22 de fevereiro de 2014

CPLP PODERÁ TER FORUM DE GESTÃO DE TESOURO E DÍVIDA PÚBLICA




Maputo, 21 fev (Lusa) - Os ministros das Finanças da CPLP aprovaram hoje em Maputo uma proposta de criação de um fórum de gestão de tesouro e de dívida pública, que deverá aconselhar os países da comunidade lusófona sobre questões de endividamento.

A proposta de criação do organismo foi um dos pontos discutidos durante a III Reunião dos Ministros das Finanças da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), segundo avançou à agência Lusa a ministra portuguesa Maria Luís Albuquerque.

"Fizemos uma proposta para a criação de um fórum para as instituições que fazem a gestão dos tesouros e da dívida pública. Na próxima reunião dos ministros das Finanças, apresentaremos uma proposta mais concreta para a criação desse fórum", adiantou a ministra das Finanças de Portugal.

Comentando a importância da medida, o ministro das Finanças moçambicano, Manuel Chang, disse que seria "ótimo" os países da CPLP poderem contar com um organismo de aconselhamento, sobretudo no contexto da exploração de recursos naturais.

"A gestão da dívida está ligada a esta questão dos recursos naturais. Precisamos de ter cautelas no endividamento que fazemos e de estar constantemente a fazer medições. Se tivermos um órgão que nos possa aconselhar permanentemente é ótimo. Precisamos de estudar rapidamente isso para podermos propor a sua aprovação", disse Manuel Chang à Lusa.

Durante a reunião, que culminou com a assinatura da 'Declaração de Maputo', os titulares da pasta das Finanças avaliaram ainda o impacto que a crise financeira internacional teve em cada uma das economias dos países lusófonos.

"Tivemos uma discussão franca e aberta sobre a forma como cada um destes países sentiu a crise financeira internacional e como é que podemos intensificar a cooperação de maneira a potenciar o desenvolvimento conjunto das nossas economias e melhor continuar o processo de supressão da crise", disse a ministra das Finanças portuguesa.

Por outro lado, foi enfatizada a necessidade do aumento dos mecanismos de comunicação entre os diversos países, nomeadamente no que se refere à questão de oportunidades de investimento.

"Precisamos de ter conhecimento mútuo sobre as possibilidades de investimento de um país para o outro, no espaço CPLP, o que é possível, e é também preciso analisarmos as possibilidades que são trazidas pelos acordos para evitar dupla tributação", sublinhou Manuel Chang.

No encontro, estiveram representantes do pelouro das Finanças de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

EMYP // JMR - Lusa

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