quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

MNE BRITÂNICO DEFENDE “SUFRÁGIO UNIVERSAL” PARA HONG KONG

 


Hong kong, China, 11 fev (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, disse hoje que o sufrágio universal em Hong Kong deve ir ao encontro das "aspirações" da população da antiga colónia britânica, em declarações que podem criar atritos com Pequim.
 
O comentário daquele responsável político britânico, potência que administrou Hong Kong até 1997, surge num relatório sobre o desenvolvimento político de Hong Kong endereçado ao parlamento da Grã-Bretanha, sendo a segunda vez que William Hague aborda o tema publicamente depois de Pequim ter sublinhado tratar-se de uma questão interna.
 
A China estabeleceu 2017 como a data para a transição para o sufrágio universal em Hong Kong, mas recusa sair de cena no que toca à escolha de quem poderá estar na primeira linha para aceder aos principais cargos da administração como o chefe do Governo, mas os contornos definitivos de como será feita a transição não são totalmente conhecidos.
 
"Acredito que a forma de preservar a força de Hong Kong é através do sufrágio universal, que vai ao encontro das aspirações da população de Hong Kong", disse William Hague, salientando, no entanto, que a "reforma política" cabe a Pequim, ao Governo de Hong Kong e à população decidir.
 
A antiga colónia britânica iniciou em dezembro uma consulta pública sobre a forma de eleição do líder do Governo, que Pequim acredita que a população será capaz de fazer em 2017, altura em que terá de ser eleito o novo líder da cidade.
 
Atualmente, o chefe do executivo de Hong Kong - tal como acontece em Macau embora, com um comité de seleção mais reduzido - é escolhido por um colégio de 1.200 pessoas representativas da sociedade.
 
Apesar da boa vontade manifestada por Pequim, a ala democrata da antiga colónia britânica receia a intervenção do poder central na escolha de quem poderá concorrer, uma forma de limitar o acesso à corrida e manter alguma influência na política local.
 
Apesar da pressão britânica para que a população de Hong Kong escolha os seus governantes, é certo que o Reino Unido nunca permitiu à mesma população a escolha do então governador colonial, bem como Portugal, apesar de consultas às elites locais, deixou de nomear um governador para Macau.
 
Hong Kong e Macau são Regiões Administrativas Especiais da República Popular da China desde, respetivamente, 1997 e 1999, tendo autonomia administrativa, legislativa e judicial.
 
A China comprometeu-se com os dois Estados e por um período de 50 anos, a manter o modo de vida dos respetivos territórios, os direitos, liberdades e garantias de que gozavam antes da transferência de poderes.
 
JCS // VM - Lusa
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana