O governo de
Timor-Leste está a fazer o levantamento do património português pelos 13
distritos do país para editar uma coleção de livros que preservem a história,
disse hoje a diretora-geral de Arte e Cultura, Cecília Assis.
"Este trabalho
já vem desde o Governo anterior. Identificámos o património arquitetónico de
origem portuguesa nos 13 distritos. Trabalhamos com os nossos responsáveis em
cada distrito e fizemos um levantamento e identificámos as casas, fortes, igrejas
e tudo o que é património arquitetónico de origem portuguesa", disse à
agência Lusa a também antropóloga Cecília Assis.
Segundo a
diretora-geral de Arte e Cultura, o objetivo do projeto é "preservar a
grande história do país" ao mesmo tempo que se dá a "conhecer aos
jovens e estrangeiros a história de Timor-Leste".
"A história
deste país é importante. Este ano já fizemos um grande trabalho. Produzimos um
livro sobre o património arquitetónico no distrito de Liquiçá e segue-se o
distrito de Díli", afirmou Cecília Assis.
"Património
Arquitetónico de Origem Portuguesa de Liquiçá" é o nome do primeiro livro,
que retrata através de fotografias, acompanhadas por textos explicativos em
português, tétum e inglês, o património naquele distrito, a oeste de Díli.
Ao todo vão ser
feitos 13 livros a retratar o património português ainda existente em
Timor-Leste.
"Outro
objetivo também é sensibilizar as pessoas para não estragarem e preservarem e
divulgarem aquele património de Timor-Leste", disse.
Segundo Cecília
Assis, há exemplares que estão em ruínas, outros que foram destruídos durante a
ocupação indonésia e alguns estão abandonados.
"Mas ainda há
muitos vestígios de património", disse, sublinhando que por todo o país há
casas, fortes, igrejas, escolas, hospitais.
"Cada um tem
um papel e uma função diferente. É muito rico, há uma grande variedade de
construção. Não queremos que estas coisas se percam. Queremos divulgar esta
importância do património português que ainda existe muito, principalmente em
Díli", afirmou.
No livro
"Património Arquitetónico de Origem Portuguesa de Liquiçá", a
secretária de Estado da Arte e Cultura, Maria Isabel Ximenes, salienta que a
"presença colonial portuguesa ocupa um lugar especial na história"
timorense, não só pela sua duração, mas também pelas marcas que deixou na
"língua, costumes e no património arquitetónico".
"Estes
elementos arquitetónicos, à semelhança do que já acontece em Macau, Malaca e
outros locais do mundo, classificados pela UNESCO como Património Cultural da
Humanidade, devem ser preservados para gerações futuras, como testemunhos da
nossa história e pelo potencial que encerram de um ponto de vista da sua
utilização para fins turísticos e de desenvolvimento", salienta.
No âmbito da
preservação do património de origem portuguesa, o governo timorense pretende
abrir um certo cultural em cada distrito num edifício de origem colonial.
O governo já
recuperou o antigo mercado português de Los Palos, a leste, para criar um centro
cultural, que deve ser inaugurado este ano.
Lusa, em Notícias
ao Minuto
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