18 de Março de
2014, 08:30
O presidente da
Conferência Episcopal de Timor-Leste, bispo Basílio do Nascimento, revelou
ontem que convidou o papa Francisco a visitar o país em 2015, ano da
comemoração dos 500 anos da chegada dos portugueses a Timor-Leste.
"Como soubemos que em 2015 ele fará uma visita à Ásia, às Filipinas e ao
Bangladesh, nós fizemos o convite. Agora, não sei se aceita ou se não, mas pelo
menos ele não pôs imediatamente de lado, não levantou obstáculos",
acrescentou, ressalvando que "vai depender fundamentalmente da
calendarização e disponibilidade do papa", disse à Agência Lusa.
O bispo Basílio do Nascimento, o bispo de Díli, Alberto Ricardo, e o bispo de
Maliana, Norberto Amaral, estiveram reunidos com o papa Francisco hoje pela
manhã, no Vaticano, por mais de uma hora.
O papa "mostrou-se, fundamentalmente, preocupado com a educação e, depois,
demonstrou a sua preocupação com a família", disse Basílio do Nascimento.
"Ele perguntou como se encontra a instituição familiar em Timor-Leste. Nós
dissemos o que acontece, pois apesar de no Ocidente as coisas estarem como
estão em relação à família, na Ásia a instituição familiar é ainda um pilar da
sociedade", sublinhou o bispo timorense.
De acordo com Basílio do Nascimento, o papa "insistiu (...) sobre o
cuidado na formação" que realiza a Igreja em relação à população,
sobretudo depois de saber que "a média de idade em Timor é de 16 anos,
deve ser um dos países mais jovens do mundo".
"É uma coisa bonita, mas também, por outro lado, levanta desafios que são
tremendos. Nós dissemos-lhe que estávamos cientes destes desafios, destes
problemas para o futuro e o papa encorajou-nos a estarmos muito atentos a esta
dimensão da educação", afirmou o bispo de Baucau.
A visita que realizam ao Vaticano - conhecida como "ad limina", uma
visita ao túmulo dos apóstolos ou às origens, como explicou o bispo Basílio do
Nascimento - tem como objetivo fazer um relatório ao papa Francisco sobre os
últimos cinco anos da vida da Igreja em Timor-Leste.
"A nós, Timor-Leste, coube este ano fazer esta visita", indicou o
bispo, referindo que falaram ainda com o papa sobre "a vida da
Igreja" naquele país asiático lusófono num "encontro muito
simpático".
"Todos nós sabemos como o papa Francisco é muito próximo das pessoas, é
muito simples, fala com um sentido de humor muito fino", referiu.
O bispo de Baucau declarou que disseram ao papa que, proporcionalmente,
Timor-Leste deve ser o país mais católico do mundo, com cerca de 97% de
católicos no país.
O papa, segundo o bispo, mostrou curiosidade sobre uma série de coisas, como o
relacionamento Igreja/Estado e sobre a população timorense.
Durante a visita ao Vaticano, os bispos timorenses vão também celebrar missas
junto ao túmulo dos dois fundadores da Igreja, São Pedro e São Paulo.
Estão agendadas ainda reuniões com outros órgãos da Igreja em Roma, que devem
ser informados sobre as atividades da Igreja Católica em Timor-Leste.
Os bispos timorenses vão permanecer em visita ao Vaticano até ao dia 28 de
março.
Lusa, em Sapo TL
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