Dois polícias
egípcios foram hoje condenados a dez anos de prisão pela morte de um bloguista,
cuja morte desencadeou as manifestações em 2011 que levaram à queda do regime
do ex-presidente Hosni Mubarak.
Os dois polícias,
Mahmud Salah Mahmud e Awad Ismail Suleiman, foram condenados após um novo
julgamento por homicídio e tortura de Khaled Said em junho de 2010, quando o
detiveram ilegalmente num cibercafé em Alexandria.
nicialmente, Mahmud
e Suleiman foram condenados a sete anos, em outubro de 2011, por brutalidade
excessiva.
A morte de Said
incendiou manifestações contra o então presidente Hosni Mubarak, depois da
publicação 'online' de fotografias do rosto esmagado e deformado do bloguista,
de 28 anos.
A tentativa dos
responsáveis egípcios de ocultar o homicídio, afirmando que Said morreu depois
de engolir um saco com drogas no momento em que foi detido, aumentou a fúria
dos opositores de Mubarak.
Um relatório
forense indicou, posteriormente, que Khaled Said morreu por asfixia depois de
ter sido espancado e que o pacote das drogas foi enfiado na boca quando já
estava inconsciente.
Um grupo criado na
rede social 'Facebook' denominado "Todos somos Khaled Said" ajudou a
organizar 18 dias de manifestações que levaram à queda de Mubarak, em fevereiro
de 2011.
O advogado dos
acusados disse que ia recorrer do veredito e familiares gritaram para a
polícia, que se encontrava no exterior do tribunal: "Venderam os vossos
homens".
Mahmud Abdel
Rahman, um advogado da família de Said, disse à agência noticiosa francesa AFP que
a "justiça tinha sido feita para todos" e que o veredito enviava uma
mensagem muito clara "a uma instituição poderosa".
Desde que o
presidente islamita eleito Mohammed Morsi foi afastado, em julho passado, o
governo apoiado pelos militares tem aumentado a repressão contra os
manifestantes, especialmente os apoiantes do movimento islamita Irmandade
Muçulmana, ao qual pertence Morsi.
Pelo menos 1.400
pessoas, na maioria islamitas, morreram em confrontos desde que Morsi foi
afastado do poder.
Três anos depois do
derrube de Mubarak, a polícia egípcia é novamente acusada de brutalidade e maus
tratos nos centros de detenção, acusações que o ministério do Interior já negou.
Lusa, em Notícias
ao Minuto
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