Díli, 03 mar (Lusa)
- O parlamento de Timor-Leste aprovou hoje por unanimidade uma resolução que
condena aquilo que considera serem tentativas de instabilidade e ameaças ao
Estado protagonizadas pelo Conselho de Revolução do Povo Maubere, liderado pelo
antigo comandante da guerrilha Mauk Moruk.
A resolução foi
aprovada durante um debate de urgência com a presença do primeiro-ministro e
ministro da Defesa e Segurança de Timor-Leste, Xanana Gusmão.
Na resolução, os
deputados afirmam que têm acompanhado, "com preocupação, as movimentações
de grupos ilegais, nomeadamente do autointitulado Conselho da Revolução do Povo
Maubere, do CPD-RDTL (Conselho Popular Democrático da República Democrática de
Timor-Leste), entre outros, que têm vindo a público através dos meios de
comunicação social fazer exigências de cariz político ao Presidente da
República para suspender a Constituição, demitir o Governo e dissolver o
parlamento".
No documento, os
deputados "condenam veementes as ameaças de atentado contra os órgãos de
soberania e de subversão da ordem democrática" e exortam aqueles grupos a
"cessarem imediatamente a prática de atos atentatórios da lei, causadores
de um clima de insegurança entre as populações".
Os deputados exigem
também aos órgãos de soberania para tomarem, no âmbito das suas competências,
"medidas urgentes que a Constituição e as leis preveem para situações de
cometimento de crimes por forma a devolver aos cidadãos as necessárias
segurança e tranquilidade".
O parlamento
timorense apela aos cidadãos para se manterem "serenos e tranquilos"
e cooperarem com as autoridades na construção de um Timor-Leste
"desenvolvido e democrático".
No passado mês de
novembro, o Governo timorense organizou um debate para esclarecer a população,
mas o antigo comandante da guerrilha timorense Mauk Moruk (Paulino Gama) não
compareceu.
Mauk Moruk é o
antigo primeiro comandante das Brigadas Vermelhas das FALINTIL, que abandonou a
guerrilha em 1984 e se rendeu aos indonésios. Já na Indonésia, juntou-se às
forças armadas daquele país.
Mauk Moruk, que
esteve fora do país vários anos, regressou a Timor-Leste em outubro e criou um
Conselho de Revolução, que exige a dissolução do parlamento, a demissão do
Governo, a convocação de eleições, a entrada em vigor da Constituição de 1975 e
a alteração para um regime presidencialista no país.
No final da sessão,
a agência Lusa tentou obter uma reação do primeiro-ministro timorense à decisão
do parlamento, mas não foram feitas declarações.
MSE // PMC - Lusa
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