Fernanda Mestrinho –
Jornal i, opinião
Foi o chefe do
Estado-Maior das Forças Armadas que o disse. Meteu os papéis, em Dezembro, para
a reforma e bateu com a porta. Para não ser roubado com a entrada do novo
cálculo, explicou em declarações.
Sempre falei em
roubo, palavra que incomoda o governo, agora estou mais confortada. Senhor
general, e que dizer dos cortes nos salários, nas reformas e nas pensões já
atribuídas? Vou subir de tom: pilhagem legalizada aos bolsos dos portugueses.
Não havia dinheiro,
admito, mas para um consenso teria sido necessário bom senso. Não houve. Como
nas pensões de sobrevivência ou nas subvenções vitalícias dos políticos. Ao
começar nos 2 mil euros brutos viraram do avesso a vida das pessoas.
Conheço políticos
que desde o 25 de Abril se dedicaram exclusivamente à causa pública. Não falo
de Relvas ou outros, claro. Falaram tanto no 25 de Abril no congresso que
poderiam ter tocado a Grândola quando ele foi eleito para presidir ao conselho
nacional.
O bom senso falaria
em 3 mil euros brutos, muito transitórios, e já era uma grande concessão. Em
qualquer dos casos, não sou parte interessada.
Li que mais de 160
mil idosos já foram alvo de violência doméstica por parte de
familiares que querem os seus bens ou magras pensões. Querem maior violência
que esta, silenciosa e indefesa?
Durante anos
escrevi sobre congressos do PSD (até fiz um livrito). Vi tudo e não escrevo
nada. Estão em negação. Como o governo socialista com a fome em Setúbal (era o
bispo vermelho, lembram-se?), o trabalho infantil ou o desemprego no Vale do
Ave. Eu lembro-me.
Jornalista/advogada
- Escreve ao sábado
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