O novo
primeiro-ministro da Crimeia, Serguéi Axiónov, anunciou hoje que será
antecipado para 30 de março, em vez de 25 de maio, o referendo que leva a
votação o reforço da autonomia da Crimeia.
O Parlamento da
Crimeia, península do sul da Ucrânia com maioria de população russófona, tinha
aprovado a 27 de fevereiro a realização em maio de uma consulta para estender a
autonomia desta república ucraniana com maioria de população de língua russa.
O dia 25 de maio
foi escolhido inicialmente por ser aquele em que deverão realizar-se eleições
presidenciais antecipadas na Ucrânia, depois da destituição, a semana passada,
do Presidente Viktor Ianukovich.
Quando foi
conhecida a realização do referendo, o governo da república autónoma da Crimeia
negou que tal significasse a intenção de pretender promover a secessão da Ucrânia:
"Não procuramos a independência. Simplesmente, queremos que a Crimeia seja
uma autêntica república autónoma no quadro da Ucrânia, e não como agora, quando
esses atributos não são exercidos", assegurou à agência noticiosa Efe um
porta-voz do governo da península.
A informação hoje
conhecida dá conta da antecipação do referendo que perguntará a cada eleitor se
"apoia a autodeterminação da Crimeia no interior da Ucrânia na base dos
tratados e convenções internacionais".
A Crimeia tem já o
estatuto de república autónoma dentro da Ucrânia, depois de ter pertencido à
Rússia, no âmbito da União Soviética, e de ter sido anexada à Ucrânia em 1954.
Os censos mais
recentes indicam que neste território, com 26.081 quilómetros quadrados e que
acolhe uma base naval russa em Sebastopol, vivem cerca de dois milhões de
pessoas, incluindo 60% de russos, 25% de ucranianos e 12% de tártaros.
No âmbito do
conflito que está a viver a Ucrânia, os russos, a maioria da população na
Crimeia, acusam as novas autoridades em Kiev de "usurpação do poder",
na sequência da deposição do Presidente Viktor Ianukovich, e de pretenderem
impor na península a "cultura ucraniana". Pelo contrário, os tártaros
locais defendem a unidade e integridade territorial da Ucrânia e opõem-se à
convocação de um referendo separatista.
Notícias ao Minuto
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