terça-feira, 8 de abril de 2014

ANGOLA CRESCE 5,3%, O VALOR MAIS BAIXO DOS EXPORTADORES DE PETRÓLEO




O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que Angola vai crescer apenas 5,3 por cento este ano e 5,5% em 2015, contrastando com os números do Governo, que espera um aumento do PIB de 8,8% em 2014.

De acordo com o World Economic Outlook, hoje divulgado em Washington, a economia angolana deve crescer 5,3% este ano, acelerando para os 5,5% no próximo ano, depois de ter crescido 4,1% em 2013.

O crescimento previsto pelo FMI para Angola é, aliás, o mais baixo no grupo de países que são exportadores de petróleo, com excepção da Guiné Equatorial, que deverá continuar em recessão acentuada neste ano e em 2015.

O grupo de países africanos exportadores de petróleo deverá crescer, em média, 6,7% neste e no próximo ano, liderado pela Nigéria, cuja economia deverá expandir-se perto de 7% neste e no próximo ano.

Outra das notas importantes do relatório hoje divulgado tem a ver com os preços suportados pelos consumidores, cujo aumento deverá reduzir-se para 7,7% em 2014 e 2015, depois de ter crescido 8,8% no ano passado, o que significa que os peritos do FMI consideram que a nova pauta aduaneira não vai trazer preços mais altos para os consumidores, ao contrário da generalidade das previsões dos economistas e dos analistas internacionais, incluindo o próprio Governo angolano.

O relatório sobre a evolução da economia mundial surge menos de um mês depois da divulgação da análise do FMI a Angola, na qual se mostrou preocupado com o regresso de Angola ao défice orçamental e defende o fim dos subsídios dos combustíveis, substituindo-os por "transferências dirigidas para os sectores mais vulneráveis".

Nesse documento, libertado ao abrigo do artigo 4º, a análise actual que o FMI faz às economias dos seus membros, o FMI prevê que, dada a baixa execução orçamental em 2013, o PIB nesse ano seja de 4,1%, inferior aos 5,1% antecipados pelo governo.

A falta de satisfação dos compromissos internos, designadamente os pagamentos dos atrasados internos em 2010 e os pagamentos previstos em 2011 constituem "um desapontamento" para o FMI, que destaca o regime jurídico angolano como um dos factores que ajudaram àquela situação.

Reconhecendo a "melhoria contínua do défice primário não petrolífero", o FMI destaca a importância da mobilização de recursos internos, especialmente a receita não petrolífera, e advertiu contra o "aumento permanente" nos gastos do governo, não acompanhados do alargamento da base fiscal não petrolífera, para evitar a acumulação de dívidas.

Por outro lado, no comunicado do FMI destaca-se como positivo três aspectos: manutenção da taxa de inflação num dígito, aumento das reservas de divisas e estabilidade da taxa de câmbio.

Lusa, em SOL

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