José Ramos-Horta,
representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, disse ontem que a participação
dos eleitores nas eleições gerais de ontem poderá ter chegado a 80%.
"A afluência
às urnas parece-me muito grande, pelo menos pelo que oiço das regiões e pelo
que vi. O cômputo final pode chegar à oitenta por cento ou mais", disse
Ramos-Horta.
O representante da ONU falava aos jornalistas após o fecho das urnas e com base
em dados que disse ter recolhido pessoalmente.
"Parabéns sobretudo ao povo e aos líderes políticos porque é pelo discurso
deles, de moderação, de sentido de Estado, que contribuíram para que o povo não
ficasse agitado", observou Ramos-Horta.
A preocupação do representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau
reside agora na aceitação dos resultados que vierem a ser pronunciados pela Comissão
Nacional de Eleições (CNE), nos próximos dias.
Ramos-Horta espera que o partido vencedor saiba "abraçar" os menos
votados e iniciar um processo de diálogo no país.
"Esta é a última oportunidade que a Guiné-Bissau está a ter", notou.
"A comunidade internacional parece que está a dar uma última oportunidade
[à Guiné-Bissau]", destacou o responsável da ONU, referindo que "não
se pode brincar com as pessoas".
"Gastaram-se aqui dezenas de milhões de dólares em investimentos nas
eleições, centenas de pessoas vieram aqui ao longo de dois anos, em diferentes
funções. Isto custou-lhes tempo, energia e dinheiro", concluiu Ramos-Horta.
Lusa
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