Malabo,
26 jun (Lusa) - Portugal pediu hoje na cimeira da União Africana, em Malabo,
Guiné Equatorial, o alargamento da "força de estabilização internacional"
na Guiné-Bissau, com mandato das Nações Unidas e envolvendo a Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), incluindo Portugal.
"É
necessária uma força de estabilização internacional que deve ser um alargamento
da existente" para a Guiné-Bissau, envolvendo "países das imediações
e a CPLP, com um mandato da ONU", afirmou o secretário de Estado português
dos Negócios Estrangeiros, Luís Campos Ferreira que está em Malabo.
Nesta
matéria, há uma "sintonia" entre todos os parceiros com quem Portugal
esteve reunido hoje em Malabo, explicou o secretário de Estado. Portugal e
Espanha, através do primeiro-ministro Mariano Rajoy, são os dois únicos países
europeus presentes na cimeira da Guiné Equatorial.
A
Guiné-Bissau assiste, por estes dias, à normalização democrática depois do
golpe de Estado de abril de 2012, com a tomada de posse do Presidente eleito
José Mário e do primeiro-ministro Domingos Simões Pereira.
Além
da força internacional, Portugal espera agora que o governo guineense diga o
que pretende em matérias de apoio aos sistemas de defesa e de segurança do
país.
"Vamos
ter de aguardar que o governo da Guiné-Bissau diga o que pretende nessa área.
Portugal e todos os países como quem falámos estão disponíveis para dar uma
resposta rápida e eficaz para a reforma necessária do sistema de segurança e
defesa", afirmou o governante português.
Por
outro lado, Portugal tem solicitado aos vários parceiros presentes na capital
da Guiné Equatorial apoios para um "orçamento de emergência" para a
Guiné-Bissau, que "neste momento não tem recursos" para satisfazer as
necessidades do Estado.
Nessa
matéria, "a UE pode ter o seu papel para negociar um conjunto de
verbas" de apoio para o país e Portugal está disponível para reforçar o
apoio na área da cooperação.
"Nós
vamos reforçar as verbas na área da cooperação: neste momento, tínhamos 6,3
milhões de euros" e o valor irá subir para cerca de 11 milhões, disse o
secretário de Estado, que adiantou ainda que o governo português está
"empenhadíssimo em colocar, a curto prazo, uma unidade industrial de
mobiliário" para ajudar a criar emprego no país, juntando "várias
empresas da zona de Paredes".
A
23.ª cimeira de chefes de Estado e de governo da União Africana (UA), teve hoje
início em Malabo, e tem como tema central "Agricultura e Segurança
Alimentar".
Durante
os trabalhos, que terminam sexta-feira, a cimeira deve adotar uma Declaração
sobre Crescimento da Agricultura e Objetivos até 2025.
Os
chefes de Estado e de Governo da UA deverão ainda analisar propostas de
alterações em órgãos como o Parlamento Panafricano e o Tribunal Africano dos
Direitos Humanos e dos Povos e discutir o projeto de estatutos do Fundo
Monetário Africano.
A
cimeira assinala também o regresso da Guiné-Bissau e do Egito à UA, após
suspensões resultantes do golpe de estado de abril de 2012 e à instabilidade
interna, respetivamente.
PJA
// EL - Lusa
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