Seul,
20 jul (Lusa) - O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, destacou hoje
em Seul a importância da cooperação a nível académico como uma forma de
reforçar o conhecimento entre Portugal e a Coreia do Sul.
O
chefe de Estado português sublinhou que na agenda da sua visita oficial à
República da Coreia, que hoje iniciou, está "não apenas o reforço da
cooperação política, económica e social, mas também o reforço da cooperação
entre os nossos países na área académica".
O
Presidente dirigia-se a reitores e responsáveis de universidades e institutos
científicos e tecnológicos sul-coreanos e representantes da academia
portuguesa, que hoje assinaram em Seul protocolos de cooperação entre as
instituições.
"É
muito importante o reforço da cooperação entre as universidades portuguesas e
coreanas", disse Cavaco Silva, que salientou "um ativo muito
importante: o conhecimento".
"O
conhecimento conduz à inovação e descoberta e um dos objetivos da minha visita
é o de contribuir para um melhor conhecimento pelos coreanos do meu país e, ao
mesmo tempo, contribuir para um melhor conhecimento da Coreia pelos
portugueses", disse.
No
entanto, o Presidente defendeu que a cooperação pode ser aprofundada:
"Podemos fazer muito mais. Há um potencial que podemos explorar no
futuro", sublinhou.
Na
sua intervenção, o chefe de Estado destacou que esta é a primeira visita
oficial de um Presidente português à Coreia, manifestando a sua satisfação por
ser o primeiro "a visitar este país amigo".
Entre
os acordos hoje celebrados, Cavaco Silva mencionou o protocolo de cooperação
entre o Camões, Instituto da Cooperação e Língua e a Universidade Hankuk de
Estudos Estrangeiros, que pretende desenvolver a cooperação institucional e
promover o ensino da língua e cultura portuguesa naquela instituição, onde há
cerca de 300 alunos a aprender português.
"O
português é a língua mais falada no hemisfério sul. Algumas vezes é uma
surpresa para muitas pessoas, mas é um facto", lembrou o Presidente, que
referiu que, no final desta visita oficial, viajará para Timor-Leste para
participar na cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na
próxima quarta-feira.
"Somos
agora oito países no mundo, em quatro continentes: Europa, África, américa e
Ásia, que têm o português como língua oficial", afirmou, sem se referir ao
pedido de adesão ao bloco lusófono da Guiné-Equatorial (onde a língua mais
falada é o espanhol e o português foi instituído como língua oficial há cerca
de quatro anos), que deverá ser discutido na cimeira pelos chefes de Estado e
de Governo dos oito países da comunidade.
O
Presidente lembrou depois que a União Europeia e a Coreia do Sul têm "uma
relação estratégica em muitas áreas", nomeadamente a nível comercial,
político e de segurança, e que deve ser aproveitada.
Além
do protocolo entre o instituto Camões e a Universidade Hankuk foram hoje
celebrados um outro protocolo entre a Universidade Católica Portuguesa e a
Universidade de Seul e memorandos de entendimento entre a universidade do Minho
e o Instituto de Ciência e Tecnologia da Coreia e a Universidade Nacional de
Chonbuk. Segunda-feira será celebrado um protocolo entre o Instituto Superior Técnico
e a Universidade de Seul.
JH
// SO - Lusa
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