Pequim
devia estar a pensar em como manter estas tendências a longo-prazo, em vez de
evocar formas de suprimir a dissidência de hoje nas duas regiões
administrativas especiais”, pode ler-se num editorial do jornal New York Times
que se refere às recentes manifestações civis em Macau e Hong Kong.
Num texto intitulado “Macau raises it’s political voice”, a equipa editorial do jornal afirma que “os 600 mil residentes de Macau estiveram, até agora, politicamente silenciosos” e evoca Maio para relembrar as cerca de 20 mil pessoas que marcharam em protesto contra o Regime de Garantias.
O New York Times caracteriza os movimentos democráticos como um desafio à China. “O que começou como um protesto contra Chui [Sai On] depressa escalou para um amplo movimento democrático que desafia a China”, pode ler-se no editorial.
O jornal começa por explicar aos leitores que um grupo de activistas democratas vão organizar “um referendo não-oficial” no próximo mês sobre o sufrágio universal para as eleições do Chefe Executivo e frisa que “Pequim diz que Macau não tem autorização legal para elaborar um referendo e considera qualquer voto como insignificante”. E vai mais longe: “A força democrática recentemente desperta não é algo que Pequim pode escamotear.”
O editorial relembra ainda que o referendo de Macau começou após o de Hong Kong – no qual “cerca de 800 mil pessoas” terão votado.
Mas vai novamente mais longe. “Pequim prometeu – no momento da entrega britânica de Hong Kong – que iria preservar [o princípio] ‘um país, dois sistemas’ por 50 anos, sendo que restam mais 33 anos. Durante este tempo, as regiões costeiras mais ricas do sudeste da China tendem a tornar-se mais parecidas com Hong Kong e Macau económica e socialmente e na aspiração política.”
JF – Hoje Macau
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