A
Plataforma das Comunidades Africanas residentes em Cabo Verde aprovou a
decisão do Governo de interditar a entrada no país de pessoas provenientes dos
países afetados pelo vírus do Ébola, nomeadamente Nigéria, Serra Leoa, Libéria
e Guiné Conacri.
Em
declarações à Rádio do Cabo Verde, o presidente da Plataforma, Tony Parker,
adiantou que a organização que dirige está a trabalhar com as autoridades
sanitárias do país na sensibilização dos cidadãos africanos para não se
deslocarem para os países afetados pela epidemia do Ébola.
Segundo
o responsável comunitário, Cabo Verde não tem condições para enfrentar o surto
do Ébola e considerou que "é melhor prevenir do que remediar".
Segunda-feira,
o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, anunciou que o país
interditou, por um período de três meses, o acesso ao país de cidadãos estrangeiros
provenientes dos países afetados pelo vírus do Ébola, "independentemente
da rota que utilizar".
O
chefe do executivo informou que o Governo também decidiu suspender a ida de
delegações oficiais cabo-verdianas a todos os países afetados pelo Ébola e
aconselhar os nacionais e residentes em Cabo Verde a não se deslocarem à Serra Leoa,
Libéria, Nigéria e Guiné Conacri.
"É
uma medida provisória, de três meses, para garantir um melhor controlo da
situação, tendo em conta a evolução da epidemia na região e, findo os três
meses, reavaliaremos a situação", sublinhou o chefe do executivo
cabo-verdiano.
Para
o Movimento para a Democracia (MpD), maior partido da oposição cabo-verdiana, é
uma "medida natural", mas que "peca por não ter sido tomada há
mais tempo" e que o Governo deveria colocar a interdição por, pelo menos,
seis meses em vez de três meses.
O
presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição),
António Monteiro, também considerou que o Governo de José Maria Neves fez bem
ao interditar a entrada no país de pessoas provenientes dos países afetados
pelo Ébola.
Em
declarações à Inforpress, António Monteiro disse, porém, que o executivo deve,
através de canais diplomáticos, entrar em contacto com os países afetados pelo
vírus para lhes explicar a sua posição, de modo a "evitar más
interpretações" passíveis de prejudicar os cabo-verdianos que vivam na
Nigéria, Serra Leoa, Libéria e Guiné Conacri.
José
Maria Neves garantiu que o país vai estabelecer "todos os contactos
possíveis" para que a medida tenha efetividade.
Na
semana passada, vários cidadãos oriundos dos países afetados pelo Ébola
garantiram à agência Lusa que estão preocupados com o aumento de casos nos
países de origem, mas não têm intenção de regressar à terra natal, antes que
apareça uma vacina para a doença.
Cabo
Verde ainda não registou qualquer caso de Ébola, vírus que, segundo os últimos
dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), já matou 1230 pessoas na Nigéria,
Serra Leoa, Guiné Conacri e Libéria.
Lusa, em Notícias ao Minuto
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