Ana
Suspiro - jornal i
A
seguradora estava contabilizada pelo custo de aquisição nas contas da
accionista Partran, que foram ainda aprovadas em Maio
A
seguradora Tranquilidade estava valorizada em 515,4 milhões de euros no final
do ano passado, nas contas da Partran, sociedade que era a única accionista da
companhia.
As
contas aprovadas em Maio, pela administração liderada por Ricardo Salgado,
registavam um valor de balanço pelo custo de aquisição de 515,354 milhões de
euros. O valor patrimonial da participação detida na Tranquilidade, o único
activo desta empresa, era de 358,193 milhões de euros. A Partran, detida pela
Espírito Santo Financial Group (holding que está sob gestão controlada
controlada no Luxemburgo), distribuiu dividendos de 9 milhões de euros este
ano, numa deliberação aprovada a 23 de Maio de 2014.
Seja
o valor de balanço, seja o valor patrimonial, os números contrastam com os
montantes agora falados para a venda da Tranquilidade e estão ainda mais longe
da avaliação de 700 milhões de euros que chegou a ser feita para a empresa.
Este valor terá servido de base ao penhor constituído a favor do Banco Espírito
Santo (BES), e que passou para o Novo Banco, como garantia de reembolso dos
clientes de retalho que compraram dívidas das empresas do Grupo Espírito Santo
(GES).
O
preço proposto pelo fundo Apollo para a seguradora, 215 milhões de euros, será
o valor mais alto no processo de venda iniciado há meses. Entretanto foram
detectadas nos activos sob gestão aplicações de 150 milhões de euros em
produtos de dívida das holdings do GES que estão em processo de protecção de
credores.
Os
termos do acordo ainda em negociação prevêem que o novo accionista injecte 140 a 150 milhões de euros na
Tranquilidade para repor os rácios financeiros mínimos exigidos. O encaixe
líquido para o Novo Banco seria assim de apenas 50 milhões de euros, segundo
avançou ontem o "Jornal de Negócios". Contactada pelo i, fonte oficial
do banco confirma que a receita ficará na instituição, mas não confirma os
números ontem noti- ciados, acrescentando que o processo não está fechado nem
tem prazo para ser fechado.
A
seguradora está sob apertada vigilância do Institutos de Seguros de Portugal
(ISP), que pressionou uma venda rápida a um accionista com capacidade
financeira, de forma a resolver o quanto antes as insuficiências de capital
detectadas.
Foto:
Mário Cruz/Lusa
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