Sydney,
Austrália, 21 ago (Lusa) -- O Presidente da Indonésia, o maior país de maioria
muçulmana do mundo, defendeu que as ações dos militantes do Estado Islâmico
"envergonham" a religião e instou os líderes islâmicos a unirem-se na
luta contra o extremismo.
"É
chocante e está a ficar fora de controlo", disse Susilo Bambang Yudhoyono,
numa entrevista ao jornal The Australian, um dia depois de o Estado Islâmico
(EI) ter divulgado um vídeo que mostra a alegada decapitação do jornalista
norte-americano James Foley, num ato que revoltou a comunidade internacional.
"Nós
não toleramos de forma alguma. Proibimos o EI na Indonésia", afirmou,
instando os líderes internacionais a unirem-se para combater o radicalismo.
Para
o chefe de Estado indonésio, que considera que os recentes acontecimentos
constituem uma "nova chamada de atenção" para os líderes
internacionais em todo o mundo, incluindo os islâmicos, as ações do EI, além de
"embaraçarem" o Islão, "humilham-no".
"Todos
os líderes devem repensar a forma como combatem o extremismo. É preciso uma
mudança de paradigma em ambos os sentidos: na forma como o Ocidente perceciona
o Islão e como o Islão vê o Ocidente", frisou.
A
Indonésia conta com a maior população de muçulmanos do mundo -- cerca de 225
milhões -- e abriu a sua própria 'guerra ao terrorismo' na sequência dos
atentados de Bali, em 2002, e não tem sido alvo de ataques terroristas de
grande dimensão desde o de julho de 2009 contra um hotel de luxo da capital que
fez nove mortos.
Jacarta
estima que dezenas de indonésios tenham viajado para a Síria e para o Iraque
para lutar. Susilo Bambang Yudhoyono manifestou-se preocupado com o seu
regresso, tendo pedido a agências que evitem que a ideologia radical se alastre
à nação.
"Os
nossos cidadãos na Indonésia estão a receber mensagens de recrutamento do EI,
as quais contêm ideias extremistas", afirmou o Presidente que, em outubro,
conclui dez anos no poder.
"A
filosofia do EI apresenta-se contra os valores fundamentais que abraçamos na
Indonésia. Na passada sexta-feira, no meu discurso à nação, apelei a todos os
indonésios para que rejeitem o EI e parem de espalhar a sua ideologia
extremista", realçou.
"O
meu governo e as agências de segurança tomaram medidas decisivas no sentido de
reduzir a propagação do EI na Indonésia, incluindo proibir os indonésios de se
juntarem ao EI ou lutarem" nas suas fileiras, disse o Presidente,
acrescentando que foi também bloqueado o acesso a 'sites' na Internet que
promovem esta ideia.
DM
// DM - Lusa
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