Jacarta,
21 ago (Lusa) - A polícia indonésia dispersou hoje, com gás lacrimogéneo,
centenas de apoiantes de um antigo general, derrotado nas eleições
presidenciais do mês passado, quando o Tribunal Constitucional confirmava a
vitória do seu opositor.
Os
agentes policiais dispararam várias granadas de gás lacrimogéneo e canhões de
água para dispersar os manifestantes, que atiraram pedras e tentaram romper os
cordões das forças antimotim, nos acessos ao tribunal, que estavam cortados.
A
polícia perseguiu alguns apoiantes com bastões. Os confrontos duraram poucos
minutos e a multidão dispersou logo a seguir.
Os
juízes do Tribunal Constitucional indonésio começaram já a leitura, que poderá
demorar várias horas, do veredito da contestação do general Prabowo Subianto
aos resultados eleitorais que deram a vitória a Joko Widodo.
Analistas
independentes afirmaram que o painel de nove juízes deverá rejeitar a
contestação de Prabowo. O veredito não permite recurso.
O
empresário e antigo general Prabowo, proeminente durante a ditadura de Suharto,
com múltiplas acusações de violações dos direitos humanos, nomeadamente em
Timor-Leste, e Joko Widodo, governador de Jacarta, declararam vitória nas
eleições de 09 de julho.
Os
resultados oficiais, divulgados após duas semanas de contagem dos votos no
vasto arquipélago, confirmaram a vitória de Widodo, conhecido como Jokowi, com
53% dos votos, no escrutínio mais renhido desde o fim da ditadura, em 1998.
Jokowi
é o primeiro líder eleito na Indonésia que não é oriundo das elites políticas e
militares.
Prabowo,
a tentar há uma década chegar à presidência do país, recusou aceitar os
resultados, denunciou alegadas fraudes e contestou o trabalho da comissão
eleitoral junto do Tribunal Constitucional.
As
forças de segurança destacaram quatro mil agentes para a zona do Tribunal, onde
os apoiantes de Prabowo têm realizado manifestações pacíficas nos últimos 15
dias e depois do candidato derrotado ter garantido que, caso perca no
Constitucional, "vai continuar a lutar".
Para
garantir a segurança na capital, as autoridades destacaram 30.000 polícias e um
total de 250.000 estão de prevenção em todo o arquipélago.
EJ
// JMR - Lusa
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