quinta-feira, 21 de agosto de 2014

POLÍCIA DISPERSA APOIANTES DE CANDIDATO DERROTADO NAS ELEIÇÕES INDONÉSIAS




Jacarta, 21 ago (Lusa) - A polícia indonésia dispersou hoje, com gás lacrimogéneo, centenas de apoiantes de um antigo general, derrotado nas eleições presidenciais do mês passado, quando o Tribunal Constitucional confirmava a vitória do seu opositor.

Os agentes policiais dispararam várias granadas de gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os manifestantes, que atiraram pedras e tentaram romper os cordões das forças antimotim, nos acessos ao tribunal, que estavam cortados.

A polícia perseguiu alguns apoiantes com bastões. Os confrontos duraram poucos minutos e a multidão dispersou logo a seguir.

Os juízes do Tribunal Constitucional indonésio começaram já a leitura, que poderá demorar várias horas, do veredito da contestação do general Prabowo Subianto aos resultados eleitorais que deram a vitória a Joko Widodo.

Analistas independentes afirmaram que o painel de nove juízes deverá rejeitar a contestação de Prabowo. O veredito não permite recurso.

O empresário e antigo general Prabowo, proeminente durante a ditadura de Suharto, com múltiplas acusações de violações dos direitos humanos, nomeadamente em Timor-Leste, e Joko Widodo, governador de Jacarta, declararam vitória nas eleições de 09 de julho.

Os resultados oficiais, divulgados após duas semanas de contagem dos votos no vasto arquipélago, confirmaram a vitória de Widodo, conhecido como Jokowi, com 53% dos votos, no escrutínio mais renhido desde o fim da ditadura, em 1998.

Jokowi é o primeiro líder eleito na Indonésia que não é oriundo das elites políticas e militares.

Prabowo, a tentar há uma década chegar à presidência do país, recusou aceitar os resultados, denunciou alegadas fraudes e contestou o trabalho da comissão eleitoral junto do Tribunal Constitucional.

As forças de segurança destacaram quatro mil agentes para a zona do Tribunal, onde os apoiantes de Prabowo têm realizado manifestações pacíficas nos últimos 15 dias e depois do candidato derrotado ter garantido que, caso perca no Constitucional, "vai continuar a lutar".

Para garantir a segurança na capital, as autoridades destacaram 30.000 polícias e um total de 250.000 estão de prevenção em todo o arquipélago.

EJ // JMR - Lusa

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