Díli,
01 set (Lusa) - O governo australiano pediu à polícia federal para investigar
se o advogado Bernanrd Collaery pode ser acusado de divulgar informação
classificada sobre alegada espionagem da Austrália em Timor-Leste durante as
negociações dos tratados sobre gás e petróleo.
Segundo
uma notícia hoje divulgada no The Sydney Morning Herald, a investigação da
polícia federal foi confirmada após ter pedido ao canal de televisão
australiano ABC para entregar material relativo aquela operação, especialmente
as entrevistas não editadas dadas pelo advogado Bernard Collaery.
Bernard
Collaery é o advogado australiano que representa Timor-Leste em Haia no
tribunal internacional de arbitragem.
Timor-Leste
acusou formalmente a Austrália de espionagem quando estava a ser negociado o
Tratado sobre Certos Arranjos Marítimos no Mar de Timor, em 2004.
Com
a arbitragem internacional, Timor-Leste pretende ver o tratado anulado, podendo
assim negociar a limitação das fronteiras marítimas entre os dois países e
tirar proveito da exploração do campo de gás Greater Sunrise, que vale biliões
de dólares.
A
notícia no The Sydney Morning Herald refere também que além do advogado, a
polícia federal está a investigar um ex-espião que terá fornecido as
informações sobre a alegada espionagem, já que terá sido o próprio a liderar a
operação para colocar escutas nos gabinetes do governo timorense no âmbito de
um projeto de apoio ao desenvolvimento.
Para
o Procurador-geral australiano, George Brandis, tanto o advogado, como o
ex-espião, parecem ter violado leis que impedem a divulgação pública de
informação classificada.
A
Polícia Federal da Austrália confirmou ao jornal que a investigação está a
decorrer, sem fazer mais comentários.
MSE
// JCS - Lusa
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