Um
antigo diretor geral da Tecnoforma, Luís Brito, afirmou que na organização
existia uma companhia offshore que servia para depositar milhões de dólares
vindos de Angola. "Funcionou como um saco azul", chegou a afirmar
Luís Brito.Já o antigo dono da Tecnoforma, Fernando Madeira, reagiu às últimas
declarações de Passos Coelho e garantiu que este tem "memória curta",
informa o Expresso.
Um
ex-diretor-geral da Tecnoforma, Luís Brito, revelou que durante 15 anos, entre
1986 e 2011, os donos da Tecnoforma tinham uma companhia offshore na ilha de
Jersey onde depositavam milhões de dólares, por ano, vindos de Angola. Luís
Brito acrescentou ainda que a Form Overseas Limited - companhia offshore -
“funcionou como um saco azul” para despesas não documentadas em Portugal, cujos
valores “não constavam da contabilidade da empresa”.
O
dinheiro tinha origem nos serviços da Cabinda Oil Gulf, da Chevron, e eram
transferidos para essa offshore verbas que depois passavam para uma conta da
Tecnoforma no Banco de Indústria e Comércio, em Almada.
Luís
Brito garantiu ainda que o Centro Português para a Cooperação (CPPC)
representou um custo anual “de 200 mil contos, um milhão de euros na moeda
atual”, entre 1997 e 1999, altura em que esta organização foi criada pelos
donos e administradores da Tecnoforma e presidida por Passos Coelho.
“Os
valores globais foram abordados internamente na empresa na altura, de forma
informal, quando alguns responsáveis de operações reuniam com a administração
para discutir os resultados anuais. O CPPC representou cerca de 600 mil contos
ao longo desses três anos”, explica.
“Eu
tinha acesso aos montantes de pagamento feitos pela petrolífera e à
correspondência trocada com a Form Overseas, incluindo ordens de transferência
bancárias enviadas pela Tecnoforma”, disse Luís Brito.
Quanto
ao CPPC diz que sabe pouco. “Sei que foi criado para expandir de operações em
África, em Cabo Verde ,
Moçambique mas também países fora do universo da lusofonia, e com o objetivo de
ir buscar fundos ao Banco Mundial e à Comissão Europeia”.
Relativamente
às declarações do primeiro-ministro, esta sexta-feira no Parlamento, em que
afirmava não ter recebido "milhões" em despesas porque não existia
esse dinheiro, o responsável pela criação do CPPC e o antigo dono da
Tecnoforma, Fernando Madeira não revela o valor dado ao primeiro-ministro em
termos de remuneração e afirma ao Expresso: “Se Pedro Passos Coelho, que é 30
anos mais novo do que eu, tem pouca memória do que se passou há poucos anos,
porque é que eu hei de ter melhor memória que ele?”.
Leia
mais em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário