terça-feira, 21 de outubro de 2014

Portugal: UTAO identifica 66 milhões de medidas pontuais por explicar no OE




A UTAO identificou 66 milhões de euros em medidas pontuais previstas para 2015 que estão por explicar no Orçamento do Estado para 2015 (OE2015) e questionou o "grau de razoabilidade" da poupança prevista em estudos e pareceres.

Na sua análise preliminar ao OE2015, a que a Lusa teve hoje acesso, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) começa por apontar que o efeito das medidas de consolidação previstas para 2015 "foi revisto em baixa relativamente ao apresentado no Documento de Estratégia Orçamental (DEO)", mas que "o recurso a medidas pontuais foi reforçado.

As medidas de consolidação previstas para 2015 equivalem a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), menos 0,2 pontos percentuais do que se previu em abril, no DEO.

Além disso, "foi reforçado o recurso a medidas de caráter pontual, por via da previsão de lançamento de novas concessões, representando 216 milhões de euros", escrevem os técnicos independentes que apoiam o Parlamento.

As novas medidas pontuais representam um aumento de 175 milhões de euros face ao antecipado no DEO, uma vez que neste documento apenas estavam previstas as concessões do Oceanário de Lisboa e da Companhia das Lezírias.

Agora, na proposta orçamental para 2015, o Governo adicionou as concessões portuárias em Lisboa (70 milhões de euros) e a concessão da Silopor (40 milhões de euros), que estavam previstas para este ano, mas que transitam para o próximo.

"No entanto, no relatório do OE2015 encontram-se ainda por explicar cerca de 66 milhões de euros de medidas pontuais adicionais face ao DEO relacionadas com concessões", alerta a UTAO.

Além desta advertência, os técnicos da UTAO referem ainda que não é possível aferir "o grau de razoabilidade" das poupanças previstas em estudos, pareceres e outros trabalhos especializados e com tecnologias de informação, tendo em conta as dotações de despesa orçamentadas nessas rubricas no orçamento do próximo ano.

A UTAO afirma que "uma das medidas de redução de despesa apresentadas para 2015 com maior relevância para efeitos de consolidação orçamental encontra-se ao nível destas rubricas", estando previstas poupanças de 317 milhões de euros.

No entanto, como a despesa prevista para 2015 em estudos, pareceres e outros trabalhos especializados e com tecnologias de informação "é superior ao orçamentado para ano de 2014", os técnicos consideram "não [ser] possível a partir das dotações de despesa orçamentadas aferir do grau de razoabilidade dessas poupanças".

Lusa, em Notícias ao Minuto

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