General
acusa autoridades de Portugal, França e Brasil de distorções, má fé e atitudes
suspeitas e revela que aufere mais de 30 milhões de dólares por ano.
Voz
da América
O
general angolano Bento Kangamba classificou de calúnias e fantasias as notícias
de que milhões de dólares foram confiscados pelas autoridades portuguesas
nas suas propriedades em Portugal e também que tivesse sido indiciado em França
por lavagem de dinheiro. Kangamba revelou por outro lado que os seus
rendimentos anuais excedem os 33 milhões de euros.
Numa
extensa carta publicada no jornal português Correio da Manha, o general nega
que tivessem sido confiscados oito milhões de euros durante recentes buscas nas
suas propriedades em Portugal como revelou aquele diário.
Kangamba
disse que está a ser alvo de um “procedimento criminal” em Portugal e reconhece
ter propriedades no país, além de contas bancárias e sociedades comerciais.
O
general não deu, contudo, pormenores das investigações afirmando que não
o pode fazer porque as investigações encontram-se em segredo de justiça.
Entretanto,
afirma que os contornos desse processo têm sido objecto de distorções e
deturpações e acusa as autoridades portuguesas de “um permanente atropelo
das garantias constitucionais que assistem os visados num processo legal”.
Bento
Kangamba queixa-se também da atitude das autoridades brasileiras quanto a
alegações de que estaria envolvido numa rede de tráfico de prostitutas.
As
acusações, escreveu o general, "tiveram por suporte escutas
telefónicas ilegalmente realizadas e cujo conteúdo, segundo diz, foi
instrumentalizado pelas autoridades brasileiras.
O
general diz que um tribunal brasileiro mandou cancelar a ordem de prisão
preventiva que tinha sido emitida de início, o que levou também à
retirada de mandado de captura pela Interpol.
Kangamba
diz ainda que as suas intervenções neste processo sempre esbarraram, com ele
chamou, numa postura cerrada de má fé das autoridades policiais brasileiras.
Quando
ao caso em França, em que milhões de euros foram apreendidos em dois veículos
que se dirigiam para o Mónaco onde o general estava na altura hospedado num
hotel-casino, Kangamba diz que o dinheiro apreendido não lhe pertence e que
nunca foi formalmente acusado de branqueamento de capitais pelas autoridades
francesas.
O
general admite que o seu nome foi referenciado por pessoas envolvidas
nesse processo criminal e acusa também as autoridades francesas do que
chama de atitudes suspeitas para com a sua pessoa. Kangamba disse ter
pedido às autoridades francesas que certifiquem que não é arguido no
processo. O requerimento, disse ele, não foi ainda diferido numa demora
que descreve de “anormal e no mínimo suspeita”.
O
cunhado do Presidente José Eduardo dos Santos, militar e empresário diz não ter
vícios, mas que gosta de jogar em casinos “assim como outras actividades
recreativas”.
O
general ridicularizou as notícias de que teria auferido 33 milhões de dólares
num período de seis anos numa rede de tráfico de mulheres.
Com
interesses na construção civil e compra e vendas de diamantes, segundo ele
próprio diz na carta, os seus rendimentos anuais excedem 33 milhões de euros
pelo que, acrescenta, não faria sentido ir buscar rendimentos menores numa
actividade criminosa.
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