domingo, 23 de novembro de 2014

Angola: KANGAMBA NEGA ACUSAÇÕES DE CRIMES NA EUROPA E BRASIL




General acusa autoridades de Portugal, França e Brasil de distorções, má fé e atitudes suspeitas e revela que aufere mais de 30 milhões de dólares por ano.

Voz da América

O general angolano Bento Kangamba classificou de calúnias e fantasias as notícias de que  milhões de dólares foram confiscados pelas autoridades portuguesas nas suas propriedades em Portugal e também que tivesse sido indiciado em França por lavagem de dinheiro. Kangamba revelou por outro lado que os seus rendimentos anuais excedem os 33 milhões de euros.

Numa extensa carta publicada no jornal português Correio da Manha, o general nega que tivessem sido confiscados oito milhões de euros durante recentes buscas nas suas propriedades em Portugal como revelou aquele diário.

Kangamba disse que está a ser alvo de um “procedimento criminal” em Portugal e reconhece ter propriedades no país, além de contas bancárias e sociedades comerciais.

O general não deu, contudo, pormenores das investigações afirmando  que não o pode fazer porque as investigações encontram-se em segredo de justiça.

Entretanto, afirma que os contornos desse processo  têm sido objecto de distorções e deturpações e acusa as autoridades portuguesas de “um permanente atropelo  das garantias constitucionais que assistem os visados num processo legal”.

Bento Kangamba  queixa-se também da atitude das autoridades brasileiras quanto a alegações de que estaria envolvido numa rede de tráfico de prostitutas.

As acusações, escreveu o general,  "tiveram por suporte  escutas telefónicas ilegalmente realizadas e cujo conteúdo, segundo diz,  foi instrumentalizado pelas autoridades brasileiras.

O general diz que um tribunal brasileiro mandou cancelar a ordem de prisão preventiva  que tinha sido emitida de início, o que levou também à retirada de mandado de captura pela Interpol.

Kangamba diz ainda que as suas intervenções neste processo sempre esbarraram, com ele chamou, numa postura cerrada de má fé das autoridades policiais brasileiras.

Quando ao caso em França, em que milhões de euros foram apreendidos em dois veículos que se dirigiam para o Mónaco onde o general estava na altura hospedado num hotel-casino, Kangamba diz que o dinheiro apreendido não lhe pertence e que nunca foi formalmente acusado de branqueamento de capitais pelas autoridades francesas.

O general admite que o seu nome foi referenciado  por pessoas envolvidas nesse processo criminal  e acusa também as autoridades francesas do que chama de  atitudes suspeitas para com a sua pessoa. Kangamba disse ter pedido às autoridades francesas  que certifiquem que não é arguido no processo. O requerimento, disse ele, não foi ainda diferido  numa demora que descreve de “anormal e no mínimo suspeita”.

O cunhado do Presidente José Eduardo dos Santos, militar e empresário diz não ter vícios, mas que gosta de jogar em casinos “assim como outras actividades recreativas”.

O general ridicularizou as notícias de que teria auferido 33 milhões de dólares num período de seis anos numa rede de tráfico de mulheres.

Com interesses na construção civil e compra e vendas de diamantes, segundo ele próprio diz na carta, os seus rendimentos anuais excedem 33 milhões de euros pelo que, acrescenta, não faria sentido ir buscar rendimentos menores numa actividade criminosa.

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