Díli,
20 nov (Lusa) - O Arquivo e Museu da Resistência de Timor-Leste passou hoje a
ter em exposição roupas das vítimas do massacre de Santa Cruz doadas pelos
familiares dos jovens que morreram há 23 anos naquele cemitério de Díli.
A
cerimónia de entrega formal das roupas foi feita ao Arquivo e Museu da
Resistência por um representante dos familiares das vítimas, Francisco Amaro,
cujo filho adotivo morreu no massacre e que nunca vai conseguir identificar por
não terem o mesmo ADN.
As
roupas entregues pertencem a corpos encontrados numa vala comum por médicos
forenses, que só conseguiram identificar nove das várias ossadas identificadas.
"Agradeço
aos pais dos nove jovens identificados terem doado as roupas dos filhos ao
Arquivo e Museu da Resistência", afirmou Francisco Amaro.
Presente
na cerimónia esteve também Gregório Saldanha, do Comité 12 de Novembro, que
apelou às famílias das vítimas para entregarem mais bens ao museu para que
todas as "pessoas possam testemunhar a história".
A
cerimónia decorreu no âmbito das celebrações do Dia Nacional da Juventude, que
se assinala a 12 de Novembro como forma de homenagear as vítimas do massacre de
Santa Cruz.
O
massacre de Santa Cruz ocorreu quando mais de duas mil pessoas marcharam até
àquele cemitério de Díli para prestarem homenagem ao jovem Sebastião Gomes,
morto por elementos ligados às forças indonésias.
No
cemitério, militares indonésios abriram fogo sobre a multidão e provocaram a
morte de 74 pessoas no local. Nos dias seguintes, mais de 120 jovens morreram
no hospital ou em resultado da perseguição das forças ocupantes.
No
âmbito das comemorações do dia Nacional da Juventude, o Arquivo e Museu da
Resistência realizou durante este mês jogos com as escolas de Díli sobre a
história da resistência, tendo hoje procedido à entrega de prémios aos
estudantes vencedores.
MSE
// VM
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