Sydney,
07 nov (Lusa) -- Uma comunidade portuguesa na Austrália lançou uma petição
contra a remoção de um mural de um artista português devido à construção de um
empreendimento imobiliário no bairro de Petersham, em Sydney, declarou hoje a
criadora da petição, Cátia Nunes.
"A
ideia da petição é fazer pressão para que o mural fique lá ou, se não ficar lá,
pelo menos que se ouça a comunidade para saber qual o melhor sítio para se
colocar este mural. Mas, a partida, as pessoas querem que permaneça no
local", declarou à Lusa Cátia Nunes, que criou um sítio eletrónico voltado
para as comunidades lusófonas no país, o 'Portuguese in Australia'.
A
petição -
https://www.change.org/p/petition-to-clr-mark-gardiner-mayor-of-marrickville-save-petersham-´s-mural#
- foi criada há três dias e já tem mais de 400 assinaturas.
"Estamos
com a esperança que chegue as mil assinaturas até ao dia que supostamente será
tomada uma decisão em relação ao empreendimento na câmara de Marrickville, uma
espécie de junta de freguesia que engloba o bairro português, no dia 11 de
novembro", sublinhou.
Cátia
Nunes referiu que o mural, inaugurado em 2002 pelo então Presidente da República
Jorge Sampaio, é uma obra do artista português Luís Geraldes, residente na
Austrália.
Intitulado
"Mundo frágil em constante expansão", o mural tem 30 metros de comprimento
por três metros de altura e é constituído por oito mil azulejos tradicionais e,
segundo a portuguesa, seria muito difícil a sua remoção para outro local.
A
obra, que levou 14 meses para ser concluída, tem um grande significado
cultural, social e emocional para a comunidade portuguesa de Petersham, bairro
de grande concentração de comércio e residentes portugueses.
De
acordo com Cátia Nunes, para o local existe um projeto de construção de um
edifício com 34 apartamentos e algumas lojas.
"Fiquei
a saber, há mais ou menos uma semana, através da cônsul portuguesa em Sydney
que iria ser construído um edifício no sítio onde está este mural. Como muitas
pessoas estavam insatisfeitas com a situação, falou-se numa petição. Como tenho
uma rede grande de contactos, inclusivamente através do Facebook e outras redes
sociais, lembrei-me de aproveitar isso e criei a petição ", sublinhou
Cátia Nunes, que mora em Melbourne, mas que está a ajudar a comunidade de
Petersham.
CSR
// JMR - Lusa
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