Pequim,
14 nov (Lusa) -- As autoridades chinesas detiveram uma centena de ativistas
durante a cimeira dos líderes da Ásia Pacífico em Pequim, realizada esta
semana, denuncia hoje a organização não-governamental Chinese Human Rights
Defenders (CHRD).
Em
comunicado, a CHRD indicou que aumentaram as restrições aos dissidentes e
ativistas em Pequim, mas também noutras partes da China, sob o pretexto de
"manter a estabilidade" durante o fórum de Cooperação Económica da
Ásia Pacífico (APEC), que reuniu vários líderes mundiais na capital chinesa
entre os dias 05 e 11 deste mês.
"Enquanto
os líderes mundiais se reuniam para debater a economia, os direitos humanos
eram ocultados sob a grande mesa de jantar da APEC, na qual Xi Jinping
(Presidente chinês) recebeu Obama, Nobel da Paz, e Michelle Bachelet
(Presidente do Chile, vítima da perseguição do regime de Pinochet)", disse
à Efe Wendy Lin, coordenadora em
Hong Kong da CHRD.
Entre
os casos registados pela ONG está o da ativista Ni Yulan, que ficou paraplégica
na sequência de uma carga policial, refere a agência Efe.
Libertada
depois de passar mais de dois anos na prisão, a ativista e família foram
colocados em prisão domiciliária desde 11 de novembro alegadamente devido à
APEC e a intenções de alguns diplomatas de a visitarem.
Ge
Zhihui, outra ativista incapacitada, também foi submetida a prisão domiciliária
durante dez dias, denunciou a CHRD.
A
organização acrescentou que dois ativistas da província de Heliongjiang (norte)
foram enviados para a prisão, além de outros casos similares em Xangai (leste)
e Wuhan (centro), entre outros.
Alguns
ativistas protagonizaram uma manifestação nos arredores de Pequim e
reivindicaram ao Governo que proteja os direitos humanos.
Durante
a cimeira da APEC, considerado o evento mais importante realizado na capital
chinesa desde os Jogos Olímpicos de 2008, as autoridades montaram um grande
dispositivo de segurança, que incluiu fortes medidas antiterroristas, e contra
eventuais manifestações, descreve a agência Efe.
FV
// PJA
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