sexta-feira, 14 de novembro de 2014

China deteve cerca de 100 ativistas durante cimeira da APEC, denuncia ONG




Pequim, 14 nov (Lusa) -- As autoridades chinesas detiveram uma centena de ativistas durante a cimeira dos líderes da Ásia Pacífico em Pequim, realizada esta semana, denuncia hoje a organização não-governamental Chinese Human Rights Defenders (CHRD).

Em comunicado, a CHRD indicou que aumentaram as restrições aos dissidentes e ativistas em Pequim, mas também noutras partes da China, sob o pretexto de "manter a estabilidade" durante o fórum de Cooperação Económica da Ásia Pacífico (APEC), que reuniu vários líderes mundiais na capital chinesa entre os dias 05 e 11 deste mês.

"Enquanto os líderes mundiais se reuniam para debater a economia, os direitos humanos eram ocultados sob a grande mesa de jantar da APEC, na qual Xi Jinping (Presidente chinês) recebeu Obama, Nobel da Paz, e Michelle Bachelet (Presidente do Chile, vítima da perseguição do regime de Pinochet)", disse à Efe Wendy Lin, coordenadora em Hong Kong da CHRD.

Entre os casos registados pela ONG está o da ativista Ni Yulan, que ficou paraplégica na sequência de uma carga policial, refere a agência Efe.

Libertada depois de passar mais de dois anos na prisão, a ativista e família foram colocados em prisão domiciliária desde 11 de novembro alegadamente devido à APEC e a intenções de alguns diplomatas de a visitarem.

Ge Zhihui, outra ativista incapacitada, também foi submetida a prisão domiciliária durante dez dias, denunciou a CHRD.

A organização acrescentou que dois ativistas da província de Heliongjiang (norte) foram enviados para a prisão, além de outros casos similares em Xangai (leste) e Wuhan (centro), entre outros.

Alguns ativistas protagonizaram uma manifestação nos arredores de Pequim e reivindicaram ao Governo que proteja os direitos humanos.

Durante a cimeira da APEC, considerado o evento mais importante realizado na capital chinesa desde os Jogos Olímpicos de 2008, as autoridades montaram um grande dispositivo de segurança, que incluiu fortes medidas antiterroristas, e contra eventuais manifestações, descreve a agência Efe.

FV // PJA

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