O
proprietário do maior centro comercial da capital moçambicana foi raptado,
quarta-feira, numa das zonas mais movimentadas de Maputo. Momade Bachir
Sulemane foi classificado pelos EUA como um "barão da droga", em 2010.
O
proprietário do Maputo Shoping Center foi raptado por homens armados. Os
raptores ficaram no local durante seis horas até Momade Bachir Sulemane sair do
Maputo Shoping Center, também conhecido por edifício MBS (Momade Bachir
Sulemane).
Testemunhas
relatam que desconfiaram de alguns indivíduos que supostamente controlavam
todos os movimentos do empresário, de 56 anos, desde as primeiras horas da
manhã.
Segundo
uma testemunha, que falou à DW África na condição de anonimato, o empresário
despedia-se de amigos e familiares quando foi raptado. “Estava a lavar um carro
aqui. Quando isso aconteceu de repente, fiquei assustado”, conta.
Cenário
de pânico
O
cenário foi de pânico quando o empresário foi abordado por dois homens armados
que de seguida o arrastaram para uma viatura, relata ainda a testemunha.
Outra
testemunha, um polidor de viaturas na zona baixa da cidade de Maputo, conta que
os raptores ficaram à espera do empresário, enquanto lavavam o seu próprio
carro.
“Chegaram
aqui e disseram que queriam lavar o carro. Disseram que pagavam qualquer preço.
Enquanto o rapaz lavava, um dos homens entrou na viatura a mexer o telemóvel e
de repente vimos mais dois homens a saírem com o empresário do
estabelecimento.”
Familiares
de Momed Bachir Sulemane confirmaram o rapto num comunicado de imprensa, sem
avançar detalhes
“Barão
da droga” segundo EUA
O
empresário foi associado ao tráfico de drogas pelos Estados Unidos da América
(EUA), que o classificaram como um barão da droga, em 2010. Acusaram-no, então,
de importar droga da Índia e do leste da Ásia que tinha como destino a Europa.
O
Departamento de Tesouro norte-americano congelou, a partir de então, todos os
bens que Momade Bachir Sulemane possuía nos EUA.
A
Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique investigou o caso, mas num
relatório tornado público em 2011 disse não ter encontrado provas que
sustentassem as acusações dos Estados Unidos.
Romeu
da Silva (Maputo) – Deutsche Welle
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