Camberra,
14 nov (Lusa) -- O primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediu hoje a
Vladimir Putin para parar de atacar a Ucrânia e o seu homólogo australiano,
Tony Abbott, acusou o presidente russo de procurar restaurar a "glória
perdida do czarismo".
As
declarações dos chefes de governo numa conferência de imprensa conjunta são
feitas na véspera da deslocação do presidente russo à cimeira do G20, no sábado
e domingo em Brisbane, no leste da Austrália, e numa altura em que os
ocidentais evocam a ameaça de novas sanções contra Moscovo devido ao conflito
ucraniano.
Falando
no parlamento australiano, Cameron advertiu a Rússia de que arrisca novas
sanções se não se comprometer a resolver o conflito na Ucrânia, uma
ex-república soviética onde forças pró-russas controlam regiões russófonas no
leste do país.
"Se
a Rússia adotar uma abordagem positiva em relação à liberdade e à
responsabilidade da Ucrânia, as sanções podem ser levantadas. Se a Rússia
continuar a fazer piorar a situação, as sanções podem intensificar-se. É tão
simples como isto", sublinhou Cameron.
O
primeiro-ministro australiano, por seu turno, pediu a Putin para "fazer
'mea culpa'" em relação ao despenho do avião da Malaysia Airlines em
julho, numa zona controlada por rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia, que
causou 298 mortos, alguns dos quais australianos.
O
avião foi abatido por um míssil fornecido pela Rússia, segundo os ocidentais, o
que Moscovo desmente, "apontando o dedo" às forças ucranianas.
Criticando
o crescimento das atividades militares de Moscovo, Tony Abbott adiantou que a
Rússia mostra a sua força como não fazia há muito tempo, referindo o
aparecimento esta semana de vários navios da marinha russa a norte das costas
australianas.
"Quer
se trate de atacar a Ucrânia, da intensificação dos voos de aviões militares no
espaço aéreo do Japão e dos países europeus, da força naval que está agora no
Pacífico Sul, a Rússia está muito mais segura de si agora", assinalou
Abbott.
O
chefe do governo australiano considerou que "a Rússia seria muito mais
interessante se aspirasse a ser uma superpotência de paz, liberdade e
prosperidade, em vez de tentar restaurar a glória perdida do czarismo ou da
União Soviética".
PAL
// PJA
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