terça-feira, 18 de novembro de 2014

GOVERNO DE TIMOR-LESTE SAÚDA OPORTUNIDADE DE DIÁLOGO COM PORTUGAL




“Timor-Leste saúda esta oportunidade de diálogo entre o ministro da Justiça e os ministros e responsáveis do Governo de Portugal, de forma a clarificar estes acontecimentos recentes”, referiu em comunicado o porta-voz do Governo e ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira. No comunicado, o ministro timorense recordou também a “profunda relação histórica, bem como a solidariedade entre as duas nações e o desejo comum de ver um sistema de justiça forte, justo e eficiente a funcionar em Timor-Leste”. O Governo de Timor-Leste ordenou no dia 03 a expulsão, no prazo de 48 horas, de oito funcionários judiciais, sete portugueses e um cabo-verdiano. No dia 24 de outubro, o parlamento timorense tinha aprovado uma resolução a determinar a suspensão dos contratos com funcionários judiciais internacionais “invocando motivos de força maior e a necessidade de proteger de forma intransigente o interesse nacional” e outra uma auditoria ao sistema judicial do país. No sábado, o ministro da Justiça timorense viajou para Portugal para uma série de reuniões com responsáveis portugueses, tendo na segunda-feira tido um encontro com a sua homóloga, Paula Teixeira da Cruz. Segundo o porta-voz do Governo timorense, os encontros em Lisboa vão “focar-se na recente resolução do parlamento” e a “subsequente resolução do Conselho de Ministros sobre os funcionários internacionais específicos que foram obrigados a deixar Timor-Leste”. Xanana Gusmão justificou a expulsão dos magistrados e a realização de uma auditoria com erros “graves” em processos que envolvem o Estado timorense e as empresas petrolíferas num valor superior a 300 milhões de dólares. Os magistrados expulsos consideram que a decisão foi tomada por causa de processos contra membros do Governo, nomeadamente a ministra das Finanças, Emília Pires, acusada de alegada participação económica em negócio.


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1 comentário:

Anónimo disse...

Exercício da judicatura em Timor-Leste vai ser feito exclusivamente por juízes timorenses

21 de Novembro de 2014, 16:12

O ministro da Justiça de Timor-Leste, Dionísio Babo, afirmou hoje que o exercício da judicatura no país vai ser devolvido exclusivamente aos juízes timorenses e que a cooperação judicial com Portugal vai ter novos critérios, segundo agência Lusa. 


"A cooperação deve pautar-se por novos critérios, de entre os quais se destaca a vertente da formação e da capacitação no sistema judicial, já que, doravante, o exercício da judicatura em Timor-Leste deve ser devolvido exclusivamente aos juízes timorenses", refere o ministro em comunicado hoje divulgado pelo Governo timorense. 

Dionísio Babo terminou quinta-feira uma visita de trabalho a Portugal, realizada na sequência da expulsão de sete magistrados judiciais, entre quais seis portugueses e um cabo-verdiano. 

Durante a sua estada no país, o ministro reuniu-se com a sua homóloga, Paula Teixeira da Cruz, com a Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, também presidente do Conselho Superior do Ministério Público, e com o Conselho Superior da Magistratura Judicial. 

Para Dionísio Babo, as reuniões foram um "passo importante para restaurar a confiança e o respeito mútuo". 

"A cooperação entre Timor-Leste e Portugal na área da Justiça é hoje mais importante do que nunca, em especial no âmbito do apoio técnico, jurídico e judiciário, com enfoque na vertente da capacitação técnica e humana do sistema judicial timorense", sublinhou o ministro, citado no comunicado. 

No comunicado, Dionísio Babo referiu que a "necessidade de reformular os termos da cooperação entre os dois países é consensual e deverá continuar a funda-se no compromisso comum de ambos dos países para com os princípios do Estado de Direito e da separação de poderes". 

O Ministro da Justiça reiterou também, no comunicado, confiança nos assessores portugueses em Timor-Leste com quem espera "trabalhar em conjunto de forma a capacitar os funcionários judiciais timorenses" e "criar um ambiente onde a Nação possa estar pelos seus próprios pés no setor judicial, independente e soberano". 

"Conseguir essa independência", acrescentou o ministro no comunicado, "deve ser motivo de grande orgulho para os portugueses que apoiaram o setor judicial e motivo de celebração e gratidão para o povo de Timor-Leste". 

Em Lisboa, o ministro da Justiça esteve também reunido com embaixadores dos países da Associação das Nações do Sudeste Asiático e com responsáveis da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, cuja presidência é assumida por Timor-Leste. 

Dionísio Babo segue agora para Cabo Verde, onde tem previsto encontros com o ministro da Justiça, com o Procurador-Geral da República e com o Conselho Superior de Magistratura. 

@Lusa

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