O
governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, realçou hoje no parlamento que o
supervisor não tinha poderes consagrados na lei para afastar a equipa de gestão
do BES, liderada por Ricardo Salgado, mais cedo do que fez.
A
resposta surgiu na sequência de uma pergunta do deputados do Partido
Socialista, Pedro Nuno Santos. Porque é que não afastou Ricardo Salgado mais
cedo e só em Junho de 2014? Por que não o fez antes? O governador respondeu que
não tinha os poderes necessários e lembra que Salgado chegou a apresentar um
parecer de dois catedráticos de Coimbra para demonstrar que o Banco de Portugal
não lhe podia retirar a idoneidade. Mas Carlos Costa não escondeu que «se
pudera, faria».
Pedro
Nuno Santos questionou, ainda, Carlos Costa por que razão Ricardo Salgado não
foi afastado antes do aumento de capital, em Junho, ao que o governador
respondeu que em abril já havia um plano de afastamento da família Espírito
Santo e que o relatório final da auditoria da KPMG só foi entregue em Maio.
O
questão acabou por ser recuperada pelo CDS/PP, através da deputada Cecília
Meireles, que quis saber por que motivo o governador do Banco de Portugal não
afastou Ricardo Salgado logo que surgiram notícias sobre os 14 milhões de euros
que o banqueiro recebeu do construtor José Guilherme. Carlos Costa disse que na
altura não existiam dados para retirar a idoneidade a Ricardo Salgado e que era
necessário assegurar a estabilidade do sistema.
TSF
- foto Global Imagens/ Tiago Petinga
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