António
Veríssimo, Lisboa
Corre
em baixo a notícia integrada com origem na Agência Lusa que nos dá conta de que
o ministro da Justiça timorense, Dionísio Babo, vem a Portugal “explicar, em
pormenor, a decisão do parlamento nacional, assim como a decisão do Conselho de
Ministros", anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, José
Luís Guterres. É oportuno perguntar para que se dá ao trabalho o governo de
Xanana Gusmão fazer viajar Babo para tão longe de Timor-Leste com bagagem
repleta de mentiras mascaradas de explicações? É inútil. Se muitos portugueses
desconhecem que Xanana Gusmão é useiro e vezeiro em interferir no poder judicial
também há aqueles que o sabem. E estas expulsões dos magistrados portugueses e
de outras nacionalidades são fruto dessa postura. As tendências ditatoriais de
Xanana vão acompanhá-lo até à tumba. Não há nada a fazer. O que urge fazer é em
Portugal se mentalizarem que Xanana é um individuo extremamente hipócrita e
sinuoso, um ator que chora quando quer, um oportunista mascarado de humano
excecional graças às suas capacidades artísticas de agradar a quase todos
quando quer através de “gracinhas” cativantes, de falsas modéstias, de um
humanismo que na realidade é pura representação – se assim não fosse não
existiriam centenas de milhares de timorenses subalimentados, a passarem fome,
quando em Timor-Leste nos últimos 12 anos se esvaíram milhões e milhões de dólares
e euros para que tal não aconteça.
O que vimos em Timor-Leste é a ascendência de uma elite corrupta que ali chegou sem
ser elite e pobre como Job. Agora, há algum tempo, tudo e todos, ou quase, à volta de Xanana Gusmão. Ministros
corruptos? Pois claro que por lá existem ministros corruptos, um ou outro foi
investigado, um ou outro julgado… Sem grandes consequências. Uma ministra, Lúcia
Lobato, foi finalmente julgada por procedimentos ilegais e foi condenada a prisão,
cinco anos. Mas ainda há poucas semanas foi indultada e libertada. Os corruptos
das elites passeiam-se impunes, a transbordar poder económico caído do céu da
corrupção. Põem e dispõem sem que exista quem os trave na senda criminosa que é
serem indiferentes à miséria que causam ao povo timorense que tem uma sobrevivência
amargurada. E quem é o líder e “pai da nação”? Xanana Gusmão. É ele
essencialmente o responsável pelo rumo que Timor-Leste tem tomado. E tudo à
força de armas e violência num golpe de Estado ocorrido há alguns anos que o levou da Presidência da
República a primeiro-ministro, chefe de governos compostos através de
engenharias dúbias e alianças político partidárias que garbosamente são
mostradas como alavancas da estabilidade, da democracia. Quando todos os que se
interessam pelo conhecimento sabem que não existe democracia se não houver
Justiça. A estabilidade dos timorenses é só aparente, porque um dia, devido aos roubos, ao défice
democrático, à fome, à miséria, à corrupção, a violência vai regressar como
manifestação última de revolta. O responsável, se Timor-Leste chegar a esse estágio
(oxalá que não), será o chamado “pai da nação”, Xanana Gusmão.
E
é um representante de Xanana Gusmão, seu ministro da Justiça, Babo, que vem a
Portugal trazer explicações? Vem explicar que os magistrados estavam a
investigar ministros e outros Escolhidos do Pai da Nação e que isso desagrada
profundamente a Xanana? Ou vem com a explicação esfarrapada dos interesses do “petróleo”
que os juízes não atenderam? Se vem trazer mais do mesmo é melhor Babo ficar-se
pelo caminho quando tomar os aviões com destino a Portugal. Há países e sítios
onde aquele ministro se poderá divertir e contar mentiras sem que venha ferir
ainda mais os sentimentos de Portugal e dos portugueses. Sobretudo os timorenses não merecem
que os seus ministros andem num corropio a pretender justificar o injustificável.
Com as verbas que gastam em viagens e hotéis, nas passeatas, sempre podem
(devem) contribuir para alimentação e saúde de uns quantos timorenses
desprotegidos, ignorados, roubados.
Fala-se
em Timor-Leste de investigação de associação criminosa por parte dos
magistrados expulsos. Uma notícia do Diário de Notícias já levanta de algum modo a ponta
do véu: 8 ministros a serem investigados… Com estas expulsões Xanana Gusmão anulou
a ameaça da investigação e se ele está interessado nisso, de fazer abortar as
ações judiciais… Porque será?
Se o representante de Xanana vem para o teatro, pois
que venha o ministro Babo. Ele que não se esqueça de decorar bem
os “recados” de Xanana, as poses, e se necessário as lágrimas de crocodilo, mas que não meta a pata na poça durante a representação porque ao regressar vai
ter de dar contas. (AV/PG)
Ministro
da Justiça de Timor-Leste vai a Portugal -- MNE timorense
Díli,
05 nov (Lusa) - O chefe da diplomacia de Timor-Leste, José Luís Guterres, disse
hoje à agência Lusa que o ministro da Justiça timorense, Dionísio Babo, vai a
Portugal explicar as decisões do seu governo.
"O
Ministro da Justiça foi incumbido pelo Governo para ir até Portugal e explicar,
em pormenor, a decisão do parlamento nacional, assim como a decisão do Conselho
de Ministros", afirmou José Luís Guterres.
O
Governo de Timor-Leste ordenou segunda-feira a expulsão, no prazo de 48 horas,
de oito funcionários judiciais, sete portugueses e um cabo-verdiano.
No
dia 24 de outubro, o parlamento timorense tinha aprovado uma resolução para
suspender os contratos com funcionários judiciais internacionais
"invocando motivos de força maior e a necessidade de proteger de forma
intransigente o interesse nacional".
"Não
houve, nem haverá nenhuma intenção de acabar com a cooperação portuguesa, que é
uma cooperação excelente ou diminuir a presença dos peritos portugueses na área
da justiça", sublinhou o ministro timorense.
José
Luís Guterres afirmou também que haverá peritos portugueses na comissão de
auditoria ao setor da justiça, que vão fazer uma avaliação detalhada.
"Certamente
que iremos ver ou recomendar que os juízes e procuradores recrutados são os
mais experientes possível e o Governo de Timor-Leste está disponível para
co-financiar os programas", afirmou o ministro.
Questionado
pela Lusa sobre a razão que levou o Governo a decidir pela expulsão de juízes e
procuradores, José Luís Guterres explicou que quando se terminou os contratos
não foram estendidos os vistos.
"Há
informações que eu não posso partilhar com o público, mas certamente que o
Ministro da Justiça quando estiver em Portugal as vai partilhar com as
autoridades portuguesas", disse.
MSE
// JCS - Lusa
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