quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Moçambique: 90 MIL PAGOS À DELEGAÇÃO DA RENAMO NO DIÁLOGO




Os cofres do Estado suportam toda a delegação da Renamo no diálogo político com 90 mil meticais/mês. Cada um tem um subsídio de três mil.

A delegação da Renamo no diálogo político recebe um subsídio no valor de 90 mil meticais por mês, pela participação na discussão com o governo. Trata-se de um benefício imposto pela Renamo logo após a assinatura do acordo de cessação das hostilidades, no passado dia 7 de Setembro.

O chefe da delegação do governo no diálogo, José Pacheco, disse que a Renamo pressionou para o pagamento do valor, chegando mesmo a condicionar as reuniões à soma. 

Uma fonte ligada ao processo adiantou ao “O País” que os 90 mil meticais resultam do pagamento de três mil meticais, por sessão, a cada um dos elementos de Afonso Dhlakama. O valor foi fixado à luz da tabela de subsídios dos funcionários do Estado e é destinado à ala política e militar da Renamo destacadas para o diálogo.

O valor começou a ser pago logo após a assinatura do acordo de cessação das hostilidades e a Renamo pretendia estender a todos os elementos nas negociações, incluindo observadores e mediadores nacionais. José Pacheco diz que a equipa do governo recusou-se, porque, como membros do governo, estavam a fazer a sua parte.

O País (mz)

José Pacheco diz que há provas dos pagamentos

“De  forma insistente, a Renamo manifestou interesse em que esses benefícios que os seus peritos militares estão a ter fossem extensivos, na proposta da Renamo, a todos nós”.

O chefe da delegação do governo, José Pacheco, reiterou ontem as suas declarações e garantiu que a sua contraparte da Renamo está a ser subsidiada para participar nas sessões do diálogo.

“Recordem-se que os peritos militares da Renamo atrasaram vir a Maputo, alegando questões logísticas. E o governo achou por bem dizer que se há problemas logísticos, está disponível a dar a sua comparticipação. e quando eles vieram, passaram a ter um subsídio e um meio de transporte”, disse Pacheco.

“No percurso, agora que estamos a implementar o acordo de cessação das hostilidades, de forma insistente, a Renamo manifestou interesse em que esses benefícios que os seus peritos militares estão a ter fossem extensivos, na proposta da Renamo, a todos nós. Nós, governo, dissemos que não vamos receber, porque, no nosso entender, é actividade do governo e não temos nenhum motivo para receber nenhum valor adicional por esse trabalho”, frisou.

O País (mz)

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