Rangun,
Birmânia, 19 nov (Lusa) -- O partido da oposição na Birmânia, liderado por Aung
San Suu Kyi, admitiu hoje que "não pode ganhar" a batalha para mudar
a Constituição que impede a prémio Nobel da Paz de candidatar-se à Presidência
do país.
"Calculando
matematicamente, nós não temos condições políticas para ganhar" esta
batalha [de alterar os pontos principais da Constituição], disse o porta-voz
Nyan Win, da Liga Nacional para a Democracia (LND), partido que representa uma
minoria no parlamento.
De
acordo com Win, o "direito de veto dos militares no parlamento pode minar
os esforços para debater o assunto durante esta legislatura".
Aung
San Suu Kyi tinha feito campanha há alguns anos para a remoção da cláusula na
Constituição que diz que alguém que se tenha casado com um estrangeiro ou que
tenha um filho de nacionalidade estrangeira não pode concorrer à Presidência do
país.
Suu
Kyi, de 69 anos, casou-se com um cidadão inglês, que entretanto morreu, tendo
os seus filhos nacionalidade britânica. O artigo da Constituição, herdada da
junta militar, tem sido criticado como sendo adaptado para travar a carreira
política do partido da oposição.
O
presidente do Parlamento de Mianmar, Shwe Mann, anunciou na terça-feira passada
um referendo para maio sobre quaisquer alterações votadas pelo parlamento nos
atuais debates acalorados na capital Naypyidaw.
No
entanto, o mesmo responsável disse ser "impossível implementar as
alterações" até às eleições de novembro de 2015, vistas como um teste para
a transição do país do regime militar.
RCP
// ARA
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