quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Portugal: Cavaco, Alegre e Nobre com ilegalidades nas candidaturas eleitorais




Todas as candidaturas às eleições presidenciais de 2011 apresentam ilegalidades. A conclusão é do Tribunal Constitucional que, segundo o Diário de Notícias, revelou ontem o seu acórdão relativamente a esta questão.

Não houve uma candidatura às eleições presidenciais de 2011 que não apresentasse ilegalidades. A conclusão é de um acórdão do Tribunal Constitucional a que o Diário de Notícias teve acesso.

Comecemos então por Cavaco Silva que foi reeleito Presidente da República há três anos, tendo sido apoiado pelo PSD e pelo CDS. Segundo o acórdão, foram detetadas na candidatura do atual Chefe de Estado “deficiências de suporte documental” e “despesas de campanha faturadas após a data eleitoral”.

O Diário de Notícias revela que foram detetados gastos de 35.780 euros em vestuário, relógios e alimentação. Relativamente aos relógios, o acórdão refere que foram comprados 85 relógios PRC Tissot e 25 Tissot Generosi T sem diamantes.

Para justificar estas compras, a candidatura explicou que se trata de uma “oferta da candidatura, de assinalamento da vitória eleitoral e de apreço e reconhecimento simbólico pelo esforço desenvolvido, às mulheres e homens que integraram pro bono a equipa mais próxima do candidato”.

Ao Diário de Notícias, o mandatário financeiro de Cavaco Silva disse apenas que é “normal” que se ofereçam relógios nestas ocasiões.

Relativamente ao candidato apoiado pelo PS, Manuel Alegre, também o Tribunal Constitucional tem uma palavra a dizer.

Escreve o DN que na candidatura socialista foram detetadas 13 irregularidades, tais como “contribuições não registadas” ou recurso a “empréstimos bancários”. Sobre a primeira o acórdão do Palácio Ratton refere que se ‘perderam’ 10 mil euros da contribuição de 100 mil euros dada pelo Bloco de Esquerda. Sobre a segunda questão é de frisar que é proibida por lei.

O mandatário de Manuel Alegre explicou ao DN que não é fácil “ter um controlo total sobre as contas em todo o país”.

Também a candidatura do independente Fernando Nobre não escapou ao crivo do Constitucional que aponta irregularidades, tais como um “registo de despesa, no montante de 4 mil euros, do Restaurante Orizon, cujo documento de suporte é um email”.

“Estou completamente tranquilo”, disse o candidato derrotado ao referido jornal.

As restantes candidaturas, nomeadamente as de Francisco Lopes (PCP), de José Manuel Coelho e de Defensor de Moura também apresentaram irregularidades.

Em declarações ao Diário de Notícias, o juiz-conselheiro jubilado do Tribunal Constitucional, Guilherme da Fonseca, explicou que este tipo de irregularidades “vão continuar a acontecer” e atribui a culpa à “complexidade da lei” que “torna difícil que as candidaturas correspondam a todas as exigências a nível de transparência das contas”.

Notícias ao Minuto

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