“Acusações
graves”, é a reação do PS às suspeitas lançadas por Passos sobre relações do PS
com PT e GES
Acusações
graves e pouco adequadas, é a reação do PS às suspeitas lançadas pelo primeiro-ministro,
que ontem acusou os socialistas de terem participado numa «relação muito pouco
transparente» entre Governo, PT e Banco Espírito Santo (BES), à qual associou
os que agora estão na «primeira linha do PS».
Em
declarações à TSF, Vieira da Silva lembra que os esclarecimentos sobre esta
matéria estão a ser prestados na comissão parlamentar de inquérito e acusa
Passos Coelho de «ser pouco sério, ao lançar suspeitas sobre as relações entre
o PS, a Portugal Telecom e o grupo Espirito Santo».
Durante
um jantar com militantes do PSD, em Lisboa, Pedro Passos Coelho reclamou ter
posto fim a uma cultura política de favorecimento do Estado a «grupos de
influências» e desafiou indiretamente o candidato do PS a primeiro-ministro,
António Costa, a falar destas matérias, e a revelar qual era a sua solução para
o BES.
«Deve-nos
orgulhar saber que pusemos um ponto final nessa maneira de estar, nessa cultura
política, nesse abuso sobre os portugueses que foi perpetrado durante mais de
dez anos», disse o primeiro-ministro, acrescentando: «Quem quer falar de
mudança em Portugal tem de dizer com clareza o que quer nestas matérias, não
pode apenas esperar que as pessoas tenham fraca memória e, desgostosas das
medidas difíceis que tivemos de aplicar, prefiram qualquer aventura a seguir
uma linha determinada de mudança como nós vimos fazendo».
Segundo
Passos Coelho, «sabe-se hoje que a PT funcionava como tesouraria do Grupo
Espírito Santo (GES)», e impõe-se falar sobre isso.
«Aqueles
que se indignam com o Governo por não salvar a PT - leia-se, não nacionalizar a
PT, não assumir as perdas que foram provocadas por má gestão - o que é que
dizem desse tempo em Portugal em que havia essa relação muito pouco
transparente entre o poder do Governo, uma grande empresa privada que tinha
também capitais públicos, e um banco privado que era dado como sendo o banco do
regime?», perguntou.
Em
seguida, falou para os socialistas: «O que têm a dizer hoje todos aqueles que
estão na primeira linha do PS a sonhar com o regresso a um tempo em que foram
poder e, não apenas consentiram, como alinharam com estes comportamentos que
hoje são dados como lesivos do prestígio do país?».
O
primeiro-ministro introduziu este tema depois de defender que Portugal «mudou
com a crise» e «está a mudar para melhor», manifestando surpresa face às
críticas à solução adotada para o BES.
«O
que era suposto fazer? O que foi feito na altura com o BPN? Colocar em risco
toda a estabilidade do sistema financeiro para resolver o problema do GES?
Colocar em risco o dinheiro dos contribuintes, seja diretamente, fosse através
da Caixa Geral de Depósitos, para evitar que os que faliram o BES tivessem de
ajustar contas com os seus credores? Íamos pôr os portugueses e Portugal a
pagar as contas de quem não soube gerir aquele grupo? Porque é que a oposição
não tem coragem de dizer o que defendia, em alternativa à decisão que foi
tomada?», interrogou.
De
acordo com Passos Coelho, «não têm coragem de assumir que defendiam era a
nacionalização do banco, como fizeram com o BPN, para depois criticar todos os
anos quanto custa aos portugueses ter salvado o BPN».
TSF - Título PG
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