José
Kaliengue – o País (ao), opinião
Este
discurso da diversificação da nossa economia deveria ser acompanhado por outro
tipo de diversificação. Os nossos endinheirados e os nossos ditos
empreendedores deveriam diversificar os seus destinos e deslocar-se mais para o
interior do país. Daria jeito, abrir-lhes-ia a mente.
Há
um município chamado Jamba neste país, na província da Huíla. É um sítio lindo
nesta altura do ano, verdejante, mesmo sobre a terra vermelha com todo o ferro
que tem no subsolo. Pois é, Jamba Mineira não é apenas ferro e ouro. É muito
mais. É uma terra que, juntando a Matala e o Kuvango, pode bem transformar-se
(este trio) num dos maiores fornecedores de manga do país.
Na
Jamba, as ruas e os quintais que nem de muro precisam estão sempre limpos…
salvo seja, não têm acumulação de lixo como vemos em Luanda… bem, há lixo sim…
mangas. Na Jamba, a limpeza do quintal significa varrer as mangas que caiem e
levá-las ao lixo.
Acontece
que tanto a Jamba, quanto o Kuvango e a Matala têm uma estrada nacional a
passar por elas, a 280. Têm estações do Caminho Ferro de Moçâmedes…e têm
riqueza que se perde. Depois temos por aí gente a dizer-se empreendedora e cá
estamos nós a beber sumo de manga importado.
É
no que dá o dinheiro estar em mãos de gente que olha pouco para Angola. São
toneladas e toneladas de fruta que se perde todos os anos. É inacreditável que
haja tão pouca vontade de se trabalhar e fazer as coisas acontecer em Angola e
tanta para mandar dinheiro para fora.
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