quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Conselho de Advocacia australiano preocupado com independência da Justiça em Timor




Díli, 04 dez (Lusa) - O Conselho de Advocacia da Austrália afirmou hoje, em comunicado, estar preocupado com a independência do sistema judicial em Timor-Leste, após a expulsão de sete magistrados do país no início de novembro.

O Governo de Timor-Leste ordenou no início de novembro a expulsão, no prazo de 48 horas, de oito funcionários judiciais, sete portugueses e um cabo-verdiano.

No dia 24 de outubro, o parlamento timorense tinha aprovado uma resolução a determinar uma auditoria ao sistema judicial do país e a suspender os contratos com funcionários judiciais internacionais "invocando motivos de força maior e a necessidade de proteger de forma intransigente o interesse nacional".

"Estas ações levantam sérias preocupações sobre a independência judicial no país", refere em comunicado o presidente daquele conselho, Michael Colbran.

Segundo o documento, a decisão "representa uma afronta direta aos princípios fundamentais que sustentam a independência do poder judicial e do Estado de Direito".

"A existência de um sistema judiciário independente, imparcial e competente é uma componente essencial do Estado de Direito. E isso estende-se à garantia de que a duração do mandato dos juízes, a sua independência e segurança pessoal são devidamente protegidos", sublinha Michael Colbran.

No comunicado, Michael Colbran sublinha também que o Conselho de Advocacia está disponível para ajudar na profissão de advocacia em Timor-Leste para "desenvolver um sistema judicial forte e resistente sustentado pela independência e pelos princípios da boa administração da justiça e do Estado de Direito".

O Conselho de Advocacia da Austrália representa 16 ordens de advogados e sociedade de direito australianas e cerca de 60 mil advogados.

O organismo representa os seus membros em questões de interesse nacional e promove a administração da justiça, o acesso à justiça e a melhoria geral da lei.

No âmbito das suas competências, aconselha também o Governo, tribunais e órgãos federais sobre formas de melhorar o sistema judicial.

MSE // FV

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