Francisco Louçã - Público
Em todas as OPAs de
2009 a
2013 surgiram indícios de crime, disse Carlos Tavares, que dirige a Comissão de
Mercado dos Valores Mobiliários (Diário
Económico, 30 outubro 2014). Todas sem excepção.
“Em alguns dos
casos os investidores realizaram as compras através de contas de terceiras
pessoas; em alguns outros dispersaram o investimento por distintas contas e
vários intermediários financeiros; em outros ainda decidiram utilizar circuitos
de intermediação internacionais fazendo passar as operações por diversas
jurisdições incluindo ‘off-shore’, recorrendo mesmo a veículos ‘off-shore’;
também se observaram estratégias de investimento com recurso a instrumentos
financeiros derivados”, explicou Carlos Tavares.
E nestes negócios
terão sido geradas mais-valias significativas, pois houve “elevadas
rentabilidades registadas pelos investidores que negociaram nas imediações da
divulgação de informação privilegiada (sempre superiores a 100% em termos
anualizados)”. Sempre superiores a 100%. Sempre.
Este é o retrato da
nossa economia. Se nos perguntamos qual é o mal de Portugal, onde falha a sua
classe dirigente, aqui está o retrato do seu sucesso: todas as OPAs com
indícios de crime. Numa palavra, o mercado funcionou.
E em 2014 terá sido
diferente? Quer deitar-se a adivinhar?
E então quais são
os seus melhores desejos para 2015?
Boas entradas para
todos e para todas, que bem precisamos delas.
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