Paula
Santos – Expresso, opinião
Mentiras,
mistificações e ilegalidades são os aspetos que sobressaem da mensagem de natal
do Primeiro-Ministro. Refere-se à saída limpa da troica, ao cumprimento do dito
programa de ajustamento e à recuperação do país, procurando iludir os
portugueses.
Não
há nenhuma saída limpa da troica quando as medidas que dizia serem transitórias
se tornaram definitivas e quando se mantém a política de austeridade.
O
cumprimento do dito memorando de ajustamento só agravou os problemas do país e
dos portugueses. Desemprego, precariedade, exploração, emigração, pobreza,
desigualdades e retrocesso económico e social foi o que trouxe o Pacto de
Agressão, ao mesmo tempo que beneficiou a acumulação de riqueza nos grandes
grupos económicos e financeiros.
E
sobre a recuperação do país, o que os portugueses sentem é que perderam poder
de compra, que pioraram as suas condições de vida e sentem mais dificuldades no
acesso a direitos constitucionais, como a saúde, a educação ou o apoio social.
O
Orçamento de Estado para 2015 espelha bem as opções políticas deste Governo
PSD/CDS-PP - mantém as medidas de austeridade, os cortes nos salários e
pensões, aumenta a carga fiscal sobre as famílias e vai mais longe nos cortes à
segurança Social, à Saúde e à Educação.
O
que os portugueses e o país precisam não é mais do mesmo. Esta política que o
PSD e o CDS-PP insistem em prosseguir já demonstrou ao longo destes três anos
que não serve os interesses nacionais.
Assim
como o povo já manifestou a sua rejeição a esta política e reivindica um rumo
diferente.
O
Primeiro-Ministro falou em consenso, mas o consenso que efetivamente hoje
existe entre os portugueses é a necessidade urgente da demissão do Governo e da
rutura com a política de direita.
O
país não está condenado a este caminho, nem o povo está condenado ao
empobrecimento e a ver negado o acesso aos direitos fundamentais que a
Constituição da República Portuguesa consagrou. Como muitas vezes é afirmado,
mas nunca é demais relembrar, a soberania reside no povo.
A
unidade dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens, dos democratas e
patriotas dará mais força à luta por uma verdadeira política alternativa, uma
política patriótica e de esquerda, que tenha no futuro os valores de abril.
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