Bocas
do Inferno
Mário
Motta, Lisboa
A
RTP comprou os direitos de transmissão da Liga de Campeões. 18 milhões foi o preço arrematado. A partir daí rebentou a polémica. O
governo diz que o serviço público de televisão não se deve meter nesse mercado.
Um mamarracho inventado pelo governo (Conselho Geral Independente) faz força
para que a admnistração da RTP seja destituída. Pela surra (ou talvez não) a
SIC e a TVI querem os direitos de transmissão. Balsemão, o dono da SIC e um dos
donos de Portugal e dos portugueses, aposta na pressão a Passos Coelho para
puxar para si a transmissão da Liga de Campeões. Passos anda de braço dado com Balsemão
e tem andado num corropio na SIC, lambendo botas ao DDT Balsemão – não aconteça
um dia Balsemão ativar o modo de lhe pôr os patins.
Alberto
da Ponte, presidente do Conselho de Administração da RTP, alega que “a proposta
de destituição da administração da empresa feita pelo Conselho Geral
Independente (CGI) “não está fundamentada”. E na realidade não está.
Há
um braço de ferro em que
Alberto da Ponte e a RTP precisam de muito músculo. O dono da
SIC e disto tudo – incluindo o governo – apesar de velho está tonificado e tem
todas as qualidades e experiência da eminência parda que quase sempre leva a água
ao seu moinho, que é como quem diz: ao seu cofre, às suas contas bancárias. Para
Balsemão a televisão pública quase não devia existir. A existir devia
despojar-se de todos os conteúdos que à sua SIC possam fazer sombra. Pese
embora a SIC existir por os seus trabalhadores pioneiros terem recebido a
escola, formação e experiência profissional da televisão pública, Balsemão diz
como Teresa Guilherme: “Isso agora não interessa nada”. Isto faz lembrar o
filho que depois de crescer desata à cacetada à mãe, ao pai e aos irmãos. Mas
que esperam? É Balsemão. E isso é sinónimo de glutão, de tio Patinhas
ganancioso e avaro.
O
senhor Balsemão Bilderberg tudo fará para tramar a RTP e, agora, o seu Conselho
de Administração. Se ele puder porá lá uns monos naquela função e aí adeus
televisão pública como ainda resta. Só o esforço e sabedoria dos profissionais
da RTP tem contribuído para que a televisão pública não seja um grande
descalabro. Com tantos no governo e suas ilhargas a quererem destruí-la a
tarefa tem sido hérculea. Tem sido naquela casa que os melhores profissionais
de televisão em Portugal se têm formado. Muitos já finados, outros aposentados,
ainda outros nas “prateleiras”, e restantes no ativo na RTP ou nas
televisões privadas. SIC e TVI.
Em
todo este processo a TVI faz que assobia para o lado mas sabemos que está à
coca, esperançada em apanhar umas sobras. É que por ali sabem muito bem que
Balsemão também é dono do governo e do mamarracho que denominam de Conselho
Geral Independente. Esse que propôs a demissão do Conselho de Administração da
RTP. Para quê? Para ali colocar Balsemãozinhos?
Este
governo de Passos-Portas-Cavaco, assim como as trupes que os cercam, estão
apostados em vender e escavacar tudo que é público. A pátria deles é o cifrão e
nada mais que isso. Quanto aos portugueses resta-lhes pagar com língua de palmo
o erro monstruoso cometido nas eleições anteriores de entregar os poderes a um
presidente da República e a um governo que trabalham em prol dos seus donos e não dos
interesses do país e suas populações. A Pátria.
Sobram
ainda os imensos que não chegaram a essa conclusão e até já decidiram que
vão votar em mais do mesmo nas próximas eleições. Isso, defendam os interesses
que vos são alheios para que Balsemão e o grande capital nem vos agradeça explorando-vos
ainda mais e mantendo uma democracia de fachada que no tempo dos vosso netos
deverá andar mais pelo nazismo puro, duro e desumano. Hajam Balsemões e Bilderbergs!
Fique com a notícia em que Alberto da Ponte até se porta menos mal.
Alberto
da Ponte Destituição da administração da RTP "não está fundamentada"
O
presidente do Conselho de Administração da RTP, Alberto da Ponte, afirmou hoje
que a proposta de destituição da administração da empresa feita pelo Conselho
Geral Independente (CGI) "não está fundamentada".
Alberto
da Ponte está a ser ouvido na comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e
a Comunicação, no âmbito da proposta da destituição da administração feita pelo
CGI ao acionista único Estado, depois do órgão supervisor ter 'chumbado' duas
vezes o Projeto Estratégico elaborado pela equipa de Alberto da Ponte.
Na
sua intervenção inicial, Alberto da Ponte rejeitou que a administração da RTP
tenha cometido algo ilícito
.
"A
proposta de destituição não está fundamentada", disse, e classificou de
"pura pirraça académica" a posição do CGI sobre o Projeto Estratégico
não estar bem feito.
"Este
caso, senão inédito, é inesperado. Reagiremos com todos os meios legais ao
nosso alcance em defesa da honra, não aceitamos destituição com justa causa,
porque não há", afirmou, adiantando que o "Governo não vai carimbar
proposta de destituição injustificada", mas antes analisar e decidir em
conformidade.
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