Díli,
16 dez (Lusa) - O antigo Presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta defende
medidas de austeridade e poupança para o ano de 2015 no país devido à queda do
preço do petróleo, do qual a economia timorense depende.
"O
preço do petróleo baixou dramaticamente, pode baixar mais ainda. Timor-Leste
está muito dependente, gravemente dependente de uma única comodidade de
exportação, que é o petróleo e o gás, por isso, aconselharia o Governo a pensar
seriamente em medidas de austeridade e poupança", disse, em entrevista à
agência Lusa o também prémio Nobel da Paz.
Segundo
José Ramos-Horta, a economia mundial vai sofrer mais ainda com a queda dos
preços do petróleo e do gás e isso vai ter um efeito em cadeia e
"Timor-Leste não vai ficar imune e vai ser visto nas suas receitas".
Segundo
o último relatório do Banco Central de Timor-Leste, o Fundo Petrolífero em
setembro tinha 16 mil milhões de dólares (12,8 mil milhões de euros), o mesmo
valor que em julho.
"Eu
aconselharia uma melhor gestão dos recursos que temos, melhor execução
orçamental, menos benesses para os ministros e políticos. Os governantes devem
dar o exemplo", afirmou.
Por
causa das despesas orçamentais elevadas registadas os últimos anos, sempre
superiores a mil milhões de dólares, José Ramos-Horta disse também que o
próximo ano deveria servir para um "debate muito sério" para se
reverem as "contas públicas e os investimentos públicos".
"A
verdade é que 12 anos depois da independência não existe um setor produtivo
nacional. Os nossos ditos empresários estão todos, sem qualquer exceção, à
espera de benesses do Estado e depois, a maioria nem sequer executa as obras,
vendem aos seus amigos indonésios, chineses e filipinos com consequências que
todos nós conhecemos", afirmou.
Para
José Ramos-Horta, o Governo deveria investir seriamente na agricultura, saúde e
educação, bem como uma mudança generalizada nas mentalidades das pessoas.
"Investir
na agricultura, segurança alimentar, educação e saúde. Desde que invistamos
mais seriamente no desenvolvimento rural através de apoios à agricultura,
incentivos aos agricultores, pelo menos, para o grosso da população, havendo
segurança alimentar temos paz social e política", disse.
MSE
// PJA
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